“Joseph Lubin, um dos fundadores do Ethereum, disse que as criptomoedas são a evolução natural do dinheiro e argumentou sobre assunto em um artigo publicado na última terça-feira (25) pelo site Quartz.
Lubin inicia o texto falando sobre a desconfiança das pessoas sobre novos produtos e conceitos que aparecem conforme a tecnologia avança.
“Toda vez que alguém cria uma nova representação para gerenciar o mundo físico, as pessoas ficam desconfiadas”.
Ele citou um fato histórico do mercador e explorador italiano Marco Polo, um dos primeiros europeus a testemunhar uma invenção que permanece na base da economia até hoje, o papel-moeda:
“Retornando de uma de suas viagens, Marco Polo contou que os chineses estavam usando dinheiro de papel e não em metal. Intrigado ele se questionou de como pedaços de papel poderiam ser iguais a uma galinha, ou se era algum tipo de feitiçaria”.
Com este exemplo, Lubin afirmou que a sociedade sempre foi cética em relação àqueles que inventaram novos conceitos de dinheiro, como no momento, com a invenção das criptomoedas e sua crescente adoção em todo o mundo.
“Criptomoeda é, em muitos aspectos, uma evolução natural dos sistemas representacionais anteriores, embora um que favoreça a verdade sobre o poder sancionado pelo Estado”, conceituou Lubin.
O cofundador do Ethereum observou que grande parte da Europa demorou para adotar novos modelos físicos de dinheiro no passado, assim como no presente, com o dinheiro digital. Até mesmo o telegrama quando surgiu foi visto com ceticismo pelas pessoas.
Ele caracterizou as criptomoedas como “versão século 21 para o inconsistente papel-moeda”, exemplificando que sua condição descentralizada e aberta está em contraste com os “sistemas de propriedade administrados pelo governo e instituições que o seguiram”.
Criptomoedas e volatilidade
O uso de criptomoedas poderia levar a melhores distribuições de riqueza graças ao poder das redes descentralizadas, enfatizou Lubin, acrescentando fatos recentes de refugiados que estão tendo a chance de reestruturar suas vidas por meio das criptomoedas e do blockchain.
Lubin acredita que o novo sistema financeiro virá por meio das novas plataformas que estão surgindo e que elas serão a base para as “relações coletivas em comum”, substituindo um sistema adversário formado por corporações e clientes.
Recentemente, falando sobre a volatilidade no mercado de criptomoedas, Lubin disse que não via as quedas nos preços das criptomoedas como algo que importasse no longo prazo e que “as bolhas do bitcoin eram irrelevantes”, pois desde o nascimento do BTC, em 2009, o colapso nos preços é algo normal.
Atualmente o cofundador do Ethereum trabalha com a ConsenSys, uma organização que ajuda startups a construir projetos através da rede Ethereum. Ele explicou que conforme bolhas foram aparecendo aumentou o número de desenvolvedores desde o início do ano.
A ConsenSys tem 1.100 funcionários e se concentra em produtos, consultoria para empresas, governos e bancos centrais e atividades do mercado de capitais.
Lubin disse que custou menos de US$ 100 milhões para manter a ConsenSys no ano passado e, neste ano, é provável que este número seja maior.
Por: Wagner Riggs
Fonte: Portal do Bitcoin