Os 4 eventos que vão definir o rumo do mercado na semana decisiva das eleições

Após mais uma semana positiva para a bolsa brasileira, com o Ibovespa subindo 1,57% e o dólar caindo para R$ 3,71, o mercado agora se prepara para a semana decisiva das eleições, que no dia 28 define Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT) como próximo presidente.

Mas não será apenas isso que irá guiar o mercado nos próximos dias, que marca ainda o início da temporada de resultados do 3º trimestre.

Para os últimos dias de campanha, a expectativa fica muito sobre as pesquisas eleitorais, que nos últimos dias mostram ampla vantagem para Bolsonaro, que tem entre 58% e 64% dependendo do levantamento.

Por outro lado, não devemos ver nenhum debate entre os dois candidatos já que o deputado do PSL afirmou na última quinta que não se sente seguro em ir aos encontros.

Importante ainda ficar atento à possíveis polêmicas que possam surgir contra qualquer um dos dois. Nos últimos dias, tem agitado o mercado a denúncia feita pela Folha de S. Paulo envolvendo o uso do WhatsApp por grupos de empresários contra o PT. Mesmo sem mostrar grande efeito nem no mercado e nem nas pesquisas, os investidores ficarão de olho já que há uma tendência do clima piorar conforme o segundo turno se aproxima.

Temporada de resultados
Não bastasse a agitação com as eleições, na próxima terça-feira (23) tem início a temporada de resultados do terceiro trimestre, que apesar de uma quantidade ainda pequena de divulgações, são esperados números de empresas importantes da bolsa.

Entre os destaques, atenção para a Fibria (FIBR3), Vale (VALE3) e Localiza (RENT3) na quarta-feira, Ambev (ABEV3), Suzano (SUZB3) e Lojas Renner (LREN3) na quinta, e Usiminas (USIM5) e Hypera (HYPE3) na sexta.

Agenda doméstica
Entre os principais indicadores da próxima semana, na terça-feira (23) destaque para o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15), considerado uma prévia da inflação oficial do País. A expectativa do mercado é de uma alta de 0,63% na comparação mensal do indicador, o que leva o acumulado de doze meses para 4,58%, maior nível desde março de 2017.

Além disso, serão divulgados os dados fiscais de setembro. A projeção é de uma arrecadação de R$ 108,6 milhões em setembro, o que corresponde a um crescimento real acumulado no ano de 6,0%.

Atenção também para o resultado primário do governo central, que deve registrar déficit de R$ 25 bilhões em setembro, mês sazonalmente afetado pelo pagamento de primeira parcela do 13º salário.

Agenda internacional
No exterior, a semana promete ser mais agitada, com destaque para a reunião do BCE (Banco Central Europeu). O estímulo de injeção de capital na região deve se encerrar em dezembro, com indicações de subida de juros por volta do meio do ano que vem. Os dados mais recentes indicam arrefecimento do ritmo de crescimento e aceleração da inflação, o que deverá colocar pressão no cenário delineado pelo BCE.

Nos Estados Unidos, atenção especial para o Livro Bege na quarta-feira (24), que deve trazer mais detalhes sobre a visão dos membros do Federal Reserve sobre a alta de juros nos país, o que tem sido alvo de duras críticas do presidente Donald Trump, que diz que este é o motivo para o atual momento de queda do mercado norte-americano.

Para completar, na sexta-feira (26), será divulgado do PIB (Produto Interno Bruto) dos  EUA. O mercado projeta que a maior economia do mundo mostre um crescimento de 3,30% no acumulado de 12 meses encerrado no segundo trimestre, contra um resultado anterior de 4,20%.

Para conferir a agenda completa de indicadores e resultados, clique aqui.

Por: Rodrigo Tolotti
Fonte: Infomoney

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