Ibovespa sobe mais de 3% com aceno de Bolsonaro para aprovação da reforma da Previdência e exterior positivo

O mercado doméstico busca correção após as perdas de 2,2% do Ibovespa na véspera e a alta de 2,1% no dólar em uma dia de ressaca pós eleitoral.

Os investidores reagem positivamente à sinalização do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) de aprovar pelo menos parte da reforma previdenciária ainda neste ano. A alta das bolsas nos Estados Unidos colabora para o otimismo por aqui

Às 13h33 (horário de Brasília), o Ibovespa avançava 3,16%, a 86.442 pontos. O contrato de dólar futuro com vencimento em novembro tinha queda de 0,24%, cotado a R$ 3,709, e o dólar comercial caía 0,01%, para R$ 3,708 na venda.

Bolsonaro disse que pretende agilizar as negociações para aprovação da reforma da Previdência ainda neste ano, ou pelo menos parte dela. “O comprometimento com a agenda econômica e priorização da mesma é um forte sinal na direção do mercado, mesmo que a execução disso ainda seja complexa em 2018”, avalia o time da XP Research.

A fala dele reforçaria um compromisso fiscal e com uma agenda de reformas econômicas, além de sinalizar para a disposição do novo governo em levar adiante a reforma de Temer no início de 2019 e posteriormente promover alterações em direção à linha de preferência da futura equipe econômica, para o regime de capitalização.

Embora a intenção seja vista como positiva pelo mercado, a implementação é mais complicada do que pode parecer. “A chance de aprovação [anda neste ano] é baixa. Não é zero, mas não é muito alta. Mas vejo essa mudança de posição como importante para o início do ano que vem”, observou Ricardo Ribeiro, analista político da MCM Consultores.

Para a XP Investimentos, é “sem dúvida” bom sinal que Bolsonaro persiga o ajuste fiscal falando como presidente eleito e, em sua conta de votos, o governo Temer teria como potencial em dezembro eram 296 (de 308 necessários), na última tentativa de pautar o tema.

Em que pesem as teses mirabolantes da época, o fato é que a reforma não foi pautada porque Temer já não tinha os votos necessários. A situação é outra hoje, mas por ora nem o clima em Brasília e nem a matemática ajudam na perspectiva de aprovação da reforma da Previdência neste ano.

No caso do dólar, declarações do futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, fizeram o dólar descer ao patamar de R$ 3,68 por um momento. Ele negou que planeja usar as reservas internacionais do país, a não ser caso ocorra um ataque especulativo que fizesse o dólar disparar para R$ 5.

Bolsas mundiais

Os índices em Wall Street operam em alta repercutindo fortes balanços trimestrais. Os preços do petróleo caem diante da expectativa de aumento da oferta da commodity após o anúncio de produção maior da Venezuela e da Líbia, fato que indica aumento nos estoques dos Estados Unidos. O mercado ainda aguarda o início das ações dos Estados Unidos ao Irã em 4 de novembro.

Destaques da Bolsa

As ações da Telefônica (VIVT4) disparam após a divulgação de resultado do terceiro trimestre. Os papéis da Embraer (EMBR3) sobem com prejuízo menor do que o reportado no mesmo período de 2017.

As ações da Petrobras (PETR4; PETR4) operam em alta após a ANP anunciar a redução do preço do diesel em 10,1%, ignorando a queda dos preços do petróleo no exterior pressionados pela fraqueza dos mercados acionários globais e por sinais de aumento na oferta global, apesar das sanções contra as exportações de petróleo do Irã estarem próximas.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Por: Weruska Goeking
Fonte: Infomoney

Editorial MercadoMoeda

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