Sites e jornais estão voltando a falar sobre uma bolha no preço dos criptoativos, afinal o Bitcoin subiu 162% em 2019. Em que ponto podemos afirmar que saímos de uma recuperação e adentramos a um território de sobrevalorização?
Não há um nível técnico específico para a definição de bolha, mas definitivamente US$ 8.800 (R$ 35.600) não pode ser considerado algo do gênero.
Ao compararmos com o nível médio de US$ 6.500, que perdurou entre junho e novembro de 2018, estamos apenas 36% acima.
Naquela época não havia:
- Projeto da Microsoft para desenvolver aplicações na blockchain em parceria com o banco JP Morgan;
- Gateway de pagamentos Square vendendo US$ 22 milhões por mês de Bitcoin para seus usuários;
- Gigante de investimentos Fidelity oferecendo custódia e negociação de Bitcoin para grandes clientes;
- Flexa/Spedn testando pagamento com criptos nas lojas Barnes & Noble, Office Depot e Whole Foods;
- Plataforma de investimentos online E*Trade, com 5 milhões de clientes, anunciando negociação de Bitcoin e Ethereum.
Outro aspecto importante é que mesmo excluindo o Bitcoin, a capitalização de mercado (soma do valor total de todas as moedas) atingiu US$ 552 bilhões no pico de 07 de Janeiro de 2018.
Atualmente este número encontra-se em US$ 115 bilhões ou 79% abaixo. Desta forma é possível afirmar com tranquilidade que não está ocorrendo exagero algum pelo mercado.
Mesmo um noticiário tão positivo como este dos últimos meses não é sinal de que a alta vai ser contínua e prolongada.
Eventuais correções são normais e esperadas em mercados com volatilidade (grandes oscilações).
É importante ressaltar que grandes empresas de algo-trading (negociações com robôs) adentraram no mercado nos últimos 18 meses.
Esta informação tornou-se pública no relatório da Bitwise entregue à SEC em 24 de maio de 2019.
Empresas como Jane Street, Susquehanna e FlowTraders trazem experiência de décadas de arbitragem, além de equipes com mais de 500 funcionários.
O que isto muda no seu dia-a-dia negociando criptos? Tudo.
Estes robôs de negociação com grandes volumes por trás são capazes de criar falsas sensações no mercado, especialmente nos candles (gráfico de preços) com prazos de até 1h.
Estes algoritmos são desenhados para forçar os humanos a cometerem erros, e, a julgar pelo crescimento deste tipo de empresa, são muito bem sucedidos.
O Bitcoin passou por um flash crash (queda rápida e acentuada) de 17% em 17 de Maio, recuperando-se em menos de 3 dias.
Está em dúvida sobre a tendência de preços? Dê um zoom out (amplie o histórico) do gráfico para enxergar com mais clareza a clara recuperação que estamos desde o início de março de 2019.
Fique tranquilo, estamos longe de algum tipo de bolha!
Por: Marcel Pachman