O banco digital C6 Bank, um rival do Nubank, lançou na última semana, em fase de testes, um sistema de adesivos de reconhecimento eletrônico para pagamento automático nos pedágios, chamados de “tags”, informou o jornal Folha de S.Paulo no domingo (23).
O lançamento amplia a concorrência no setor, liderado pela Sem Parar, e que vive guerra tarifária após a entrada de instituições financeiras como o Itaú, que controla a ConectCar junto ao Grupo Ultra, e a Alelo (joint venture de Bradesco e Banco do Brasil), dona da Veloe.
O serviço da C6, que não cobra taxas mensais ou de recarga, debita o valor do pedágio direto na conta do cliente. Há cerca de 5,5 milhões de tags em automóveis, de acordo com estimativas do mercado — destes, 5 milhões são clientes da Sem Parar, e geraram no primeiro trimestre de 2019 US$ 88,9 milhões (ou R$ 339,6 milhões) em receita. A tática dos entrantes é mirar os motoristas que ainda não usam o serviço.
A C6, banco digital fundado por ex-executivos do BTG Pactual, optou por não cobrar taxas do cliente, já que a tag seria igual a um cartão de débito. O modelo se sustentaria por meio das transações financeiras. Já a Veloe, da Alelo, não cobrará mensalidade (de cerca de R$ 20) por um ano e meio. A meta da empresa é remover a barreira de preço para atrair novos clientes.
Há desafios para viabilizar o modelo sem mensalidades ou taxas, segundo a reportagem. Nos pedágios, a concessionária não paga para a dona das tags, diferentemente do que acontece com o lojista que usa uma maquininha, por exemplo.
Também não é possível repassar ao cliente uma tarifa mais alta, embutida no pedágio, para compensar a ausência dessa receita. Por isso, a maioria das empresas opta pela mensalidade e taxa de adesão.
Outro problema é o acesso aos estacionamentos de shoppings, cujas antenas são controladas por Sem Parar e ConectCar. A questão virou processo no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), no qual a Veloe se queixa de custos exorbitantes. A Sem Parar nega. A solução da Veloe foi cobrar a mais pelo serviço. Já a tag do C6 por enquanto não funciona nos shoppings.
O C6 Bank, banco digital cujo investimento inicial foi de R$ 500 milhões, começou a liberar contas para os primeiros clientes, chamados de “beta testers”, em maio. Esses usuários se inscreveram no site do banco e já têm acesso à conta-corrente, cartão de crédito e outros serviços antes do lançamento ao público em geral, que acontece nos próximos meses.
Por: Portal do Bitcoin