A exchange japonesa de criptomoedas Bitpoint, que sofreu um roubo de 3,5 bilhões de ienes em criptomoedas (cerca de R$ 120 milhões) na semana passada, disse que já recuperou 250 milhões na moeda local (R$ 8,5 milhões), ou seja, menos de 10%.
Segundo um relatório do Japan Today, os valores recuperados estavam em exchanges fora do país. Na sexta feira (12), a empresa anunciou a invasão hacker que subtraiu Bitcoin, Ripple, Bitcoin Cash, entre outros criptoativos, e todos os serviços da bolsa foram interrompidos.
No entanto, a exchange percebeu o prejuízo na quinta-feira (11), quando notou, então, o desfecho da ação criminosa. A maioria dos fundos roubados (2,5 bilhões de ienes) pertencia a clientes, sendo o restante da própria corretora.
A Bitpoint é uma subsidiária da Remixpoint, um empresa do setor de energia que é listada na bolsa de valores de Tóquio.
Ainda não há informações precisas sobre o andamento das investigações e o prejuízo total que a exchange sofreu. Contudo, a empresa-mãe publicou uma nota no dia posterior.
“Em decorrência da evasão desleal de criptomoedas da Bitpoint, estamos interrompendo completamente os serviços da exchange para dar início às investigações das causas e identificarmos as saídas. Estamos comprometidos com medidas para minimizar os danos e daremos novos detalhes assim que eles virem a ser conhecidos”.
Logo depois da notícia, as ações da Remixpoint despencaram 19% para o seu limite mínimo diário e não foram mais negociadas em Tóquio devido a um excesso de ordens de venda.
Roubo lembra caso Coincheck
O maior roubo a uma exchange no Japão foi no caso da Coincheck, que em janeiro do ano passado foi vítima do maior hacking da história das criptomoedas.
Os hackers extraíram 500 milhões de tokens NEM, o que gerou um prejuízo de US$ 530 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhão na época), ou seja, um valor extremamente alto, assim como aconteceu na Bitpoint.
Na ocasião, depois do ocorrido, as autoridades financeiras do país ordenaram que as bolsas de valores tomassem precauções e reforçassem seus controles de segurança.
Três meses depois, a Coincheck foi praticamente salva pela bolsa japonesa Monex, que comprou 100% de sua ações, mesmo com uma certa desconfiança de uma possível interferência da Agência de Serviços Financeiros do país (FSA).
A exchange passou por várias reformulações e, em outubro de 2018, voltou a operarsomente com algumas criptomoedas.
Os criptoativos selecionados tiveram que passar por uma seleção, de acordo com a AML/CTF (agências internacionais anti-lavagem de dinheiro e contra o financiamento do terrorismo, respectivamente) tendo em vista a proteção do cliente.
Por: Wagner Riggs
Fonte: Portal do Bitcoin