Fernando Ulrich, analista chefe da Xdex, e Richard Rytenband, da Convex, participaram de uma mesa no Blockcrypto, evento que ocorreu em São Paulo na terça-feira (16), para debater se o Bitcoin seria uma alternativa para se proteger de uma futura crise mundial.
O debate, que foi mais uma conversa entre amigos, foi mediado por Thaise Saeter, esposa do analista da Convex. Ambos costumam trabalhar juntos em cursos de investimentos e pouco discordaram. Compuseram, na verdade, um painel que combinou análise do cenário mundial com uma visão de investimento.
“Os índices de ações estão batendo recordes históricos nos Estados Unidos e ainda assim os Banco Centrais querem baixar juros. É um indício de crise”, disse Ulrich.
A seguir, para responder à pergunta proposta pelo painel, ele fez alguma comparações com o ouro, sobretudo pela questão da escassez e de não ser inflacionável:
“Desde 1971, os principais bancos centrais do mundo mantém o mesmo nível de reserva de ouro. Mas num eventual cataclismo, vai ter aceitabilidade em todo o mundo. Só que o Bitcoin tem 10 anos, ouro, milênios”.
Ainda assim, o analista chefe da Xdex afirmou que o Bitcoin seria um ativo de proteção para uma próxima crise mundial. “Uma análise fundamentalista mostra a qualidade da tecnologia, mas o Bitcoin ainda está na infância. A volatilidade é um reflexo da incerteza sobre a aceitabilidade futura: seja como meio de pagamento, seja como ativo”.
Para Richard, há um cenário macro de deterioração. “Importante lembrar que o Bitcoin foi uma resposta à crise de 2008, que foi um apocalipse. Reagimos injetando mais dinheiro no sistema e postergando o sistema”.
“Bitcoin é uma alternativa sobre esse sistema financeiro centralizado, mas para se proteger de uma eventual crise, você tem que ter ouro e bitcoin. Para mim, não tem essa disputa. Não é para ganhar ou especular. É para sobreviver. Ou você opera o mercado ou o mercado opera você”, disse o CEO da Convex.
Por fim, Ulrich comentou sobre uma questão intrínseca da primeira criptomoeda, que representaria uma evolução no mercado competitivo por moedas interrompida pelo monopólio da emissão do dinheiro via bancos centrais.
“O bitcoin é um dinheiro tecnologicamente superior. Mas estou falando algo no longuíssimo prazo”, disse para a plateia. “Não vão sair vendendo a casa e o carro para comprar, por favor”.
Por: Cláudio Goldberg Rabin
Fonte: Portal do Bitcoin
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