Primeiro-ministro da Palestina pode utilizar criptomoedas para substituir moeda de Israel

Em um conflito que já dura mais de meio século, Israel e Palestina já experimentaram diversas formas de combate. E agora, os palestinos pretendem iniciar uma nova frente: as criptomoedas.

O primeiro-ministro palestino Mohammad Shtayyeh reiterou que seu governo está considerando o uso de criptomoedas como uma alternativa para moeda fiduciária de Israel, o shekel, informou a Cointelegraph nesta segunda-feira, 22 de julho.

Durante a abertura do Centro Palestino de Resposta a Emergências em Computação, realizado em Ramallah no dia 09 de julho, Shtayyeh afirmou que considerará todas as possibilidades de aumentar a liberdade da economia palestina de forma que Israel não possa estabelecer bloqueios financeiros à região. Ele afirmou que “não descarta nenhuma possibilidade” para isso, nem mesmo a criação de uma criptomoeda.

“A Palestina tem cerca de 25 bilhões de shekels [US$7 bilhões] circulando na economia local, mas não somos forçados a permanecer dependentes do shekel”, afirmou Shtayyeh.

Shtayyeh está interessado em uma criptomoeda nacional que possa livrar a Palestina da influência de Israel. No entanto, as recentes declarações do primeiro-ministro levantaram questões sobre a viabilidade econômica da ideia e a capacidade do governo palestino de chegar tão longe em sua tentativa de quebrar a dependência econômica de Israel.

O portal de notícias local Al-Monitor explicou que o protocolo de Paris, assinado em abril de 1994 por Israel e pela Organização de Libertação da Palestina (OLP), conferiu à Autoridade Monetária Palestina (PMA) os poderes de um banco central, mas sem a capacidade de emitir dinheiro. Além disso, o protocolo afirmou que o shekel israelense deve ser usado “como meio de pagamento para todos os fins, incluindo transações oficiais”.

A incapacidade de emitir sua própria moeda e a dependência de uma moeda controlada pelo seu “inimigo”, leva os palestinos a enfrentarem diversos riscos de bloqueios econômicos e financeiros, os quais podem ser evitados com o uso de uma moeda própria – ou uma criptomoeda.

No entanto, essa medida poderá ser inócua caso a Palestina não reduza sua dependência de Israel ou não consiga fazer com que uma criptomoeda ganhe adesão entre a maioria dos cidadãos palestinos.

“Se a Palestina tiver sua própria moeda, será capaz de impedir que Israel retenha fundos de liberação de impostos ou controle de travessias e o movimento de exportações e importações? O problema da economia palestina não é a moeda, mas sim uma complexa dependência econômica e política de Israel”, afirmou Bakr Shtayyeh, professor de Ciências Econômicas da Universidade Najah.

Além disso, ele apontou que 170 mil palestinos recebem seus salários em shekels e 80% das transações em Israel são feitas nesta moeda. Shtayyeh conclui:

“Israel não aceitará negociar com outra moeda, e a situação excedente do shekel na Palestina permanecerá inalterada.”

Por: Luciano Rocha
Fonte: Criptomoedas Fácil

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