O Banco BBVA, uma das principais instituições financeiras da América Latina, destacou, em um recente relatório, o papel que as fintechs ibero-americanas tiveram no atendimento aos desbancarizados (pessoas que não possuem acesso aos serviços de bancos). De acordo com o artigo intitulado “Fintech in Latin America 2018: Crescimento e Consolidação“, a inovação tecnológica no mundo das finanças é agora uma realidade.
Grande parte das fintechs na América Latina apontadas pelo BBVA atuam no setor de criptomoedas ou oferecem soluções de blockchain. O banco destaca que o número de startups focadas em tecnologia financeira cresceu exponencialmente nos últimos anos e chegou a 1.116 empresas e iniciativas no continente sulamericano, sendo que o Brasil lidera o setor com 380 fintechs, seguido por México (273) e Colômbia (148), segundo o relatório.
Neste cenário, os governos da região propõem abertamente abrir as áreas de teste, também chamadas de “sandboxes”, e abrir caminho para a regulação e a supervisão de suas atividades.
“Pretende-se que nestas sandboxes participem ideias inovadoras e disruptivas que se fossem comercializadas, poderiam ser um benefício real para os consumidores. As empresas podem experimentar com os clientes num período de tempo muito específico (entre seis e 12 meses). Posteriormente, o supervisor e o regulador avaliam os riscos e decidem criar um regulamento específico ou modificar o existente para acomodar o novo produto”, destaca o BBVA.
O banco indica que iniciativas como esta são essenciais para permitir o desenvolvimento do setor na região. No Brasil, o CriptoFácil mostrou que a Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Superintendência de Seguros Privados tornaram pública a intenção de implantar um modelo de sandbox regulatório no Brasil. O comunicado oficial foi publicado no site da CVM.
A iniciativa abre diversas oportunidades para fintechs e startups no país por reconhecer “a transformação que vem acontecendo nos segmentos financeiro, de capitais e securitário”, por meio do advento de novas tecnologias como DLT, blockchain, roboadvisors e inteligência artificial, que, segundo a CVM, “tem permitido o surgimento de novos modelos de negócio, com reflexos na oferta de produtos e serviços de maior qualidade e alcance”.
Por: Luciano Rodrigues
Fonte: Criptomoedas Fácil