Santander realiza transação internacional via contrato inteligente registrado em blockchain

Embora o banco Santander não seja amigável às criptomoedas e tenha criado dificuldades para as empresas de Bitcoin e criptoativos no Brasil, a instituição apoia a tecnologia blockchain e realizou, no início de agosto, uma transação envolvendo contratos inteligentes e a cadeia de blocos. Por meio de uma parceria com a we.trade baseada na tecnologia Hyperledger, o banco realizou a primeira transação de BPU, uma espécie de carta de crédito, usando blockchain.

Como relata Ana Botín, presidente do banco Santander, a transação ocorreu entre um cliente do banco na Espanha e outro do Nordea Bank na Suécia. Botín disse estar satisfeita com a conclusão da operação que têm o potencial de reduzir os custos associados a este tipo de produto financeiro.

“A solução da we.trade usa contratos inteligentes que são executados automaticamente pelo sistema bancário quando certas condições são atendidas. Além disso, os participantes sabem que seus bancos identificaram todos na rede, assim como o paradeiro dos ativos”, disse ela sobre os benefícios da blockchain no processo.

O banco declarou que agora, empresas e PMEs podem negociar e concluir pedidos, estabelecer os termos do acordo comercial e acessar os serviços financeiros oferecidos na plataforma com total segurança e confiança.

“O serviço é totalmente rastreável e rápido e as transações podem incluir até mesmo pagamento bancário (novo produto), o que elimina todo o risco de inadimplência, algo que até agora desencorajava algumas empresas de internacionalizarem. Esse novo serviço possibilita fazer negócios com um maior número de importadores e exportadores, impulsionando a internacionalização”, disse o banco.

Fernando Lardiés, chefe de networking banking do banco Santander e representante do banco no conselho de administração da we.trade, disse:

“No banco Santander, queremos ajudar nossos clientes a crescerem e expandirem internacionalmente, oferecendo a eles os melhores serviços e tecnologia. A we.trade é um ótimo exemplo de como o Santander inova para atender às necessidades de seus clientes”, destacou.

De acordo com algumas mídias, a “we.trade é um recurso para gerenciar, rastrear e proteger transações comerciais de contas abertas entre PMEs na Europa”, que foi desenvolvido com base no ambiente Hyperledger Fabric e construído pela IBM.

Essa plataforma busca fornecer transparência sobre o status das transações e remessas, que digitaliza junto com o restante do processo, desde a criação do pedido até a execução do pagamento.

As PMEs que usam a we.trade em seus bancos também podem aproveitar a plataforma para acessar serviços financeiros.

Entre os produtos financeiros disponíveis por meio da plataforma, há precisamente o compromisso de pagamento bancário (BPU), em que o banco do comprador oferece ao vendedor um compromisso irrevogável de pagar a fatura na data de vencimento. Há também financiamento, em que o banco do vendedor fornece suporte mediante o desconto da referida carta de crédito.

Por sua vez, o banco espanhol vem trabalhando no desenvolvimento de um aplicativo baseado em blockchain há mais de três anos, quando o Santander UK anunciou sua intenção de tornar-se o primeiro banco a explorar a tecnologia da Ripple para realizar operações internacionais. Em 2015, o Santander InnoVentures investiu US$4 milhões na Ripple.

Por: Luciano Rodrigues
Fonte: Criptmoedas Fácil

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