Ibovespa cai 2,5% após Trump dizer que responderá a tarifas da China; dólar supera R$ 4,11

O Ibovespa vai à mínima nesta sexta-feira (23) após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar resposta às tarifas que a China impôs aos automóveis norte-americanos.

Depois do comentário de Trump, a Bolsa devolveu tudo o que subiu no alívio momentâneo ao discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em Jackson Hole. Powell dissera que a autoridade monetária agirá apropriadamente para sustentar a expansão da economia.

Às 13h12, o Ibovespa tinha baixa de 2,49% a 97.521 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial subia 0,86% a R$ 4,1115 na compra e a R$ 4,1128 na venda, ao mesmo tempo em que o dólar futuro para setembro registrava ganhos de 1,03% a R$ 4,1140.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 avança sete pontos-base a 5,45%, ao passo que o DI para janeiro de 2023 tem alta de nove pontos-base a 6,47%.

Powell comentou hoje que a atividade norte-americana enfrenta riscos significativos e que o Fed enxerga mais evidências de uma desaceleração global. O chairman destacou ainda que a inflação parece se mover para a meta de 2% ao ano.

O tom mais dovish (afeito a estimular a economia via política monetária) animou os mercados e o Ibovespa chegou a zerar perdas, mas logo veio Trump para jogar água no chope do investidor.

Trump ordenou pelo Twitter que as empresas dos EUA procurem imediatamente uma alternativa à China e produzam suas mercadorias internamente. O presidente também disse que todas as empresas de correio do país devem se recusar a receber entregas de Fentanyl da China e do restante do mundo.

“Fentanyl mata 100 mil americanos por ano. O presidente [chinês] Xi [Jinping] disse que isso iria parar, mas não parou”, denunciou.

Pela manhã, a China anunciou tarifas adicionais sobre US$ 75 bilhões em produtos dos EUA. As mercadorias atingidas são essencialmente automóveis, que serão tarifados entre 5% e 25% pelos chineses.

No Brasil, o destaque são os incêndios na Amazônia, o que gerou uma reação mundial, com o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmando que problema deve ser classificado como uma “crise internacional” e que deverá ser discutido no encontro do G-7, neste final de semana.

Em reunião convocada de emergência, o presidente Jair Bolsonaro discutiu com ministros soluções para as queimadas e uma das alternativas em estudo é o uso do exército. O tom de confronto tem trazido preocupações em diversos setores que defendem a mudança no discurso do governo, baseado no confronto, já que isso deve atrapalhar a imagem e os negócios do Brasil no exterior.

Entre os indicadores, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou que o Brasil criou 43.820 vagas de emprego em julho. A expectativa mediana do consenso Bloomberg era de geração de 45 mil postos de trabalho.

Noticiário Corporativo

O jornal Valor Econômico traz que o cenário preferido por investidores e analistas para a privatização da Petrobras (PETR3; PETR4) é o da pulverização do capital. Segundo a publicação, o modelo a ser seguido poderia ser o que vem sendo traçado para a Eletrobras, com cada acionista tendo no máximo 10% de participação. Já a União ficaria com uma “Golden share” para ser usada em questões estratégicas.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), porém, afirmou nesta quinta que é “temerário” falar na hipótese de privatizar a Petrobras até 2022, por se tratar de uma empresa de capital aberto. “Eu estive a manhã inteira de ontem (quarta) com o governo e não me falaram nada de privatizar a Petrobras”, disse o parlamentar.

“Falar na hipótese de privatizar uma empresa de capital aberto não parece o caminho correto. Você mexe com o valor de uma ação sem informar antes os seus acionistas e a sociedade como um todo que você pretende fazer isso”, afirmou. “No caso da Eletrobras (ELET6) isso foi feito, então eu tenho condições de falar”, disse o presidente da Câmara.

Maia defende, neste momento, que o governo precisa focar na privatização da empresa de energia elétrica. Segundo ele, falar de qualquer outra empresa que tenha ação listada, que não seja a Eletrobras, “parece um risco desnecessário por parte de quem tem vocalizado esse tema”.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 MRVE3 MRV ON 18,53 -3,49 +53,15 28,07M
 QUAL3 QUALICORP ON 29,37 -3,23 +134,58 23,38M
 SUZB3 SUZANO S.A. ON 28,57 -2,82 -24,15 110,69M
 CVCB3 CVC BRASIL ON 54,13 -2,47 -11,48 24,82M
 AZUL4 AZUL PN N2 47,92 -2,08 +33,11 46,36M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CSNA3 SID NACIONALON 14,02 +1,89 +66,40 39,87M
 GGBR4 GERDAU PN ED 12,83 +1,74 -11,91 65,76M
 GOLL4 GOL PN N2 33,96 +1,68 +35,30 63,73M
 SMLS3 SMILES ON 37,40 +1,60 -8,24 7,00M
 MGLU3 MAGAZ LUIZA ON 34,93 +1,45 +55,19 194,49M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Previdência e LRF

O cronograma da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado vai atrasar quatro ou cinco dias, disse o relator da proposta, Tasso Jereissati (PSDB-CE). Ele adiou a entrega do relatório preliminar, que seria feita nesta sexta-feira, 23, para a semana que vem. Pelo cronograma inicial, o relatório seria lido na comissão na próxima quarta-feira, 28.

A votação na CCJ estava prevista para o dia 4 de setembro. Ele garantiu que o relatório será entregue na semana que vem, mas não precisou o dia exato da leitura. O relator pretende manter o texto aprovado na Câmara, podendo excluir algum item, e fazer alterações – como a inclusão de Estados e municípios – por meio uma proposta paralela.

A PEC paralela, destacou Jereissati, deve surgir do destaque feito por um senador quando a proposta estiver no plenário do Senado. Ele identificou que a inclusão dos servidores estaduais e municipais nas regras é o único ponto já com consenso para entrar no texto. As demais alterações solicitadas por parlamentares ainda serão discutidas, reforçou.

Mais cedo, Jereissati comentou que a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, para a embaixada brasileira em Washington poderá atrapalhar o andamento da reforma na Casa. No fim da tarde, ele reforçou a tese declarando que a indicação pode “radicalizar” as discussões da Previdência.

Por: Infomoney

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