A sessão é de leves ganhos para o Ibovespa, com Vale (VALE3, R$ 46,27, -0,54%) e Petrobras (PETR3, R$ 28,93, -0,24%; PETR4, R$ 26,26, -0,53%) em leve baixa seguindo a queda das cotações do minério de ferro e do petróleo (apesar da alta da semana).
Os ganhos são mais uma vez liderados pelos bancos, que subiram forte na véspera após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comentar a possibilidade de reduzir a taxa de compulsório. MRV (MRVE3, R$ 17,53, -2,45%), após ter uma recuperação na véspera, volta a cair após anunciar a aquisição de 51% das ações da AHS Residential, empresa norte americana de incorporação, construção e administração de aluguel de residências.
Confira mais destaques:
Santander Brasil (SANB11, R$ 43,76, +1,84%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 48,16, +1,47%), Bradesco (BBDC3, R$ 30,57, +1,46%) e Itaú (ITUB4, R$ 34,43, +1,18%)
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, falou ontem sobre a possibilidade de reduzir a taxa de compulsório.
Segundo o Credit Suisse, isso seria consistente com o ambiente de menor taxa de juros e com as intenções do BC de gradualmente reduzir as distorções do sistema bancário brasileiro e reduzir os spreads de crédito.
“Alem disso, como liquidez não é um problema para os bancos, se a redução do compulsório ocorrer é positivo para o setor, permitindo flexibilidade na alocação do capital e maior crescimento de crédito”, apontam os analistas.
Ainda sobre o setor, o Banco do Brasil teve recomendação elevada de neutra para compra pelo Goldman Sachs. O preço-alvo para o banco brasileira é de R$ 59, implicando um potencial de alta de 24% em relação ao último fechamento.
Vale (VALE3)
O jornal Valor Econômico traz que a Vale e a BSGR, do magnata israelense Beny Steinmetz, se enfrentam em um tribunal de Londres por causa de uma indenização de US$ 1,25 bilhão. A BSGR foi condenada ao pagamento em abril por uma corte que a considerou culpada de falsidade ideológica, em um processo que envolveu propinas.
A Vale vem tentando executar a decisão, que está relacionada a uma joint venture criada para explorar minério de ferro em Guiné, mas a BSGR – colocada em administração judicial – recorreu à Justiça. A argumentação da sócia da Vale é de que não foi tratada de maneira justa pelo Tribunal de Arbitragem Internacional de Londres.
Segundo a publicação, na audiência da Suprema Corte de Londres, na quarta-feira, os advogados da Vale argumentaram que a BSGR deveria ter feito um depósito de segurança de US$ 500 milhões de indenização, antes de dar sequência à contestação, que deverá ser apresentada no final de novembro.
Incluindo juros e custas, a Vale diz que o montante pendente da indenização é de US$ 2 bilhões. A mineradora brasileira tenta recuperar o pagamento que fez por uma participação de 51% nos ativos da BSGR em Guiné e o dinheiro investido no país.
Ainda sobre a Vale, a tão esperada retomada das operações da mineradora Samarco, marcada para o ano que vem, corre o risco de não acontecer em meio a atrasos na liberação de uma licença ambiental e questionamentos sobre o financiamento, disseram duas pessoas com conhecimento direto do assunto.
Controlada por Vale e BHP, a Samarco ainda não conseguiu obter aprovação do Semad, que precisa de uma anuência do Ibama para um acordo de reparação da Mata Atlântica causado pelo desastre de 2015.
A empresa esperava que a liberação acontecesse em semanas, mas mais de três meses já se passaram, disseram as pessoas, que pediram para não ser identificadas.
O atraso é outro obstáculo para os detentores de US$ 3,5 bilhões em dívidas que a mineradora deixou de pagar depois da quebra da barragem em Mariana, que deixou 19 mortos.
A retomada das conversas com investidores depende da aprovação do plano de negócios e da liberação das licenças regulatórias necessárias para que a empresa volte a operar — a expectativa era que isso acontecesse até a metade de setembro.
A Samarco também ainda não tem o financiamento necessário para o plano de negócios, que está sendo aprovado mês a mês pelos acionistas, segundo uma das pessoas. O plano de negócios segue sem aprovação.
Oi (OIBR3;OIBR4)
A Oi informou em comunicado ao mercado que tomou conhecimento da decisão do juiz da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro que decidiu autorizar o conselho de administração da operadora de telefonia a eleger um novo diretor estatutário para as funções de diretor operacional, com o cargo de Chief Operational Officer (COO), que será subordinado ao CEO da companhia.
A empresa afirmou ainda que, até a presente data, não elegeu o profissional que ocupará essa posição. O mais cotado para assumir o cargo, que ficará responsável pelas áreas de planejamento e desempenho operacional, entre outras atribuições, é o executivo Rodrigo Abreu, que já foi presidente da TIM.
Para o Itaú BBA, a confirmação da Oi para a nomeação de um novo COO é positiva. Os analistas destacaram, diante da expectativa da nomeação de Abreu, que o executivo “é muito bem visto pelo mercado por seu histórico como ex-CEO da TIM”.
Petrobras (PETR3;PETR4)
A Petrobras elevou o preço médio da gasolina nas refinarias em 1,33%, para R$ 1,701 por litro. O novo valor representa uma alta de R$ 0,02 por litro. O combustível permanecia sem alteração desde o último dia 28 de agosto. Desta vez, a estatal também elevou o preço do diesel, que estava estável desde o dia 1º de agosto. A alta foi de 2,5%, para o preço médio de R$ 2,159/litro. O novo valor representa alta de R$ 0,0525 por litro.
A companhia ainda comunicou agora pela manhã o início das fases vinculantes para a venda de campos terrestres nos polos Recôncavo e Cricaré. Localizado no Espírito Santo, a petroleira conta no Polo Cricaré com um total de participações em 27 concessões de exploração e produção terrestres. A Petrobras é operadora com 100% de participação nessas concessões, que, em 2018, tiveram uma produção total média de cerca de 2,8 mil bpd de óleo e 11 mil m3/dia de gás.
Já no Polo Recôncavo, na Bahia, a Petrobras colocou à venda sua participação em 14 concessões de exploração e produção terrestres. A petroleira é operadora com 100% de participação nessas concessões, com exceção de Cambacica e Guanambi, em que possui participação majoritária de 75% e 80%, respectivamente. A produção total média, em 2018, foi de cerca de 2,8 mil bpd de óleo e 588 mil m3/dia de gás.
Eneva (ENEV3)
A Eneva informou que a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (FEMARH) de Roraima emitiu a Licença de Instalação (LI) para construção da UTE Jaguatirica II, que conta com capacidade instalada de 132,3 MW, localizada em Boa Vista, Estado de Roraima.
“A UTE Jaguatirica II sagrou-se vitoriosa no Leilão para Suprimento a Boa Vista e Localidades Conectadas de 2019, assegurando um Contrato de Comercialização de Energia Elétrica e Potência nos Sistemas Isolados (CCESI), pelo prazo de 15 anos, a partir de 28 de junho de 2021”, destaca a empresa.
Para a construção da UTE, a Companhia celebrou contrato de empreitada global, na modalidade full EPC, com empresa do grupo ítalo-argentino Techint. A Eneva entregou notificação para início da implantação (Notice to Proceed) para a Techint em junho de 2019.
O prazo de construção previsto no contrato EPC da UTE é de até 24 meses a partir do Notice to Proceed.
EzTec (EZTC3)
A incorporadora EzTec fez o lançamento da primeira torre do empreendimento Reserva JB, localizado em Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo. A torre possui 330 unidades, de médio padrão, com áreas de 67 a 91 m², para um Valor Geral de Vendas (VGV) total de R$ 158,9 milhões com 76,25% de participação da EzTec, resultando em R$ 121,1 milhões em VGV para a Companhia.
Triunfo (TPIS3)
A Triunfo e sua controlada Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora – Rio (Concer) informaram que o Juízo da 5ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal deferiu tutela de urgência requerida pela Concer, com relação ao desequilíbrio econômico-financeiro do contrato.
Dessa forma, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) fica impedida de alterar as condições econômico-financeiras do contrato de concessão, abstendo-se de reduzir a tarifa de pedágio, bem como de impor penalidades administrativas e contratuais atreladas às obrigações de investimento.
Renova Energia (RNEW11), AES Tietê (TIET11), Cemig (CMIG4) e Light (LIGT3)
O jornal Valor Econômico traz que a empresa norte-americana GE sinalizou que deve deixar o projeto de Alto Sertão III. A venda do projeto, por parte da Renova Energia, para a AES Tietê é fundamental para evitar o colapso financeiro da companhia, que tem como sócias as empresas Cemig e Light.
O contrato com a GE, além da prestação dos serviços, faz parte da solução encontrada para a viabilização da venda do projeto. As obras estão contam com 87% do cronograma finalizado, mas estão paralisadas desde 2016 por falta de recursos.
Em relatório, o Brasil Plural avalia que toda a incerteza em relação à conclusão do projeto como negativa, “dada a delicada situação financeira da Renova, o que poderia forçar a Cemig e a Light a considerar a possibilidade de aumentar o capital da empresa nos próximos trimestres”.
NotreDame (GNDI3, R$ 56,03, +1,32%)
O Itaú BBA introduziu um novo preço-alvo para as ações do Grupo NotreDame Intermédica, que passou de R$ 42 por ação para este ano, a R$ 64 em 2020, com recomendação de Outperform. O novo valor implica um potencial de valorização de 16% frente aos níveis atuais.
Segundo o analista do Itaú BBA Thiago Macruz, foram incorporadas melhores perspectivas de crescimento orgânico, após uma expansão mais rápida do que a esperada. “O progresso em sinistros e a geração de sinergia a partir de aquisições elevaram nossas previsões revisadas”, escreveu.
“Embora nosso modelo não considere fusões e aquisições adicionais, o crescimento inorgânico pode acelerar o crescimento da empresa no médio prazo e, subsequentemente, implicar em alguma elevação em nossos números’, acrescentou.
Sinqia (SQIA3)
A empresa de tecnologia Sinqia aprovou oferta primária de 4,5 milhões de ações ON, numa operação avaliada em R$ 345,2 mi com base no preço das ações de 5 de setembro. Segundo a Bloomberg, a definição do preço ocorrerá em 17 de setembro. As ações da Sinqia acumulam alta de 97% desde 1º de julho.
MRV (MRVE3)
A compra da construtora AHS Residential, nos Estados Unidos, pode ser o primeiro passo para uma atuação global da MRV Engenharia. “Pretendemos ser uma plataforma mundial de construção”, afirmou o controlador do grupo, Rubens Menin, em entrevista ao Estadão.
A MRV vai investir US$ 236 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) para ficar com 51% na AHS, empresa fundada e controlada por Menin. A medida causou desconfiança de acionistas, que viram possível conflito de interesses. A ação fechou em queda de mais de 6% no pregão de quarta-feira, mas se recuperou nesta quinta-feira, 5, com alta de 0,79%.
Na quinta, Menin convocou reunião com analistas e investidores para explicar que a operação foi endossada por um comitê independente com quatro membros e pelo conselho de administração. Falta agora a aprovação dos acionistas na assembleia marcada para 4 de outubro. Questionado se vai votar na assembleia, não quis comentar. Menin detém 32,6% da MRV. É, portanto, decisivo em qualquer deliberação.
O executivo também ressaltou que todos os recursos investidos na AHS vão para projetos. “Não estou botando nenhum dinheiro no bolso. Tudo está entrando na empresa”, disse.
A companhia informou ainda, pela manhã, em resposta a ofício da CVM, por conta de reportagem publicada ontem no jornal Valor Econômico, que confirma a intenção de transformar o investimento na AHS Residential, em “uma nova avenida de crescimento, tornando-a, assim, uma parcela relevante dos seus negócios”.
A empresa afirmou ainda acreditar que o investimento contribuirá de modo estratégico para a diversificação de seu portifólio e para a implementação da plataforma habitacional da MRV, com especial sinergia entre as atividades da AHS e da Luggo na locação e gestão de imóveis.
“Esta expectativa considera o comprovado track record da AHS e os estudos prospectivos realizados pela Companhia, estando sujeita às tendências de mercado e de funding”, afirmou.
O comunicado afirma que o plano da companhia de que até 2026 a AHS se torne uma empresa com uma operação de 5.000 unidades e a previsões de lucro constam nas informação disponibilizadas em apresentação sobre a avaliação de oportunidade da aquisição.
Incorporadoras
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem que tem liberado mais de R$ 600 milhões ao mês para o Ministério do Desenvolvimento Regional, e que cabe ao ministro Gustavo Canuto decidir quais gastos vai priorizar.
O setor da construção tem reclamado da falta de recursos para os repasses do Minha Casa Minha Vida (MCMV), que chegam a mais de 60 dias de atraso. O programa é um dos afetados pelos cortes no Orçamento deste ano.
“Liberamos mais de R$ 600 milhões ao mês para o ministro Canuto. A decisão de alocação é dele”, disse Guedes após participar de evento com empresários do Nordeste.
EcoRodovias (ECOR3)
A EcoRodovias informou que foi aprovada ontem a homologação do Acordo de Leniência, pela 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, celebrado entre a Companhia, ECS, Concessionária Ecovia Caminho do Mar e Rodovia das Cataratas (Ecocataratas) com o Ministério Público Federal do Paraná.
“Com isso, as obrigações da Companhia passaram a ser exigíveis nos termos do Acordo de Leniência”, informa.
Fonte: Infomoney