Diretor do Facebook diz que criptomoeda da China pode tirar poder dos EUA

“Se não tivermos uma boa resposta, em cinco anos a China vai estar religando uma grande parte do mundo com um renminbi (moeda chinesa) digital rodando em sua blockchain controlada”. A frase é ex-diretor de setor de blockchain do Facebook e atual cabeça no projeto Libra, David Marcus.

De acordo com um entrevista ao Bloomberg, Marcus disse que a China criará um sistema de moeda digital que pode estar totalmente fora do alcance das autoridades americanas.

“O progresso chinês pode representar uma ameaça real à influência dos EUA”, disse o executivo.

Caso isso aconteça, e a moeda do Facebook falhar, Marcus acredita que Washington corre o risco de ter uma parte do mundo completamente bloqueada das sanções dos EUA.

De acordo com o Bloomberg, enquanto as autoridades dos EUA batem cabeça para regular ou não a criptomoeda da rede social, Pequim avança com um sistema de pagamentos digitais com alcance global.

Libra vs China

A China tem se mobilizado em uma solução de pagamento eletrônico de moeda digital desde o anúncio da Libra pelo Facebook em junho deste ano.

No mês seguinte, especialistas previram que, se as coisas corressem bem, a moeda digital apoiada pelo governo chinês poderia sair antes do lançamento oficial de Libra, previsto para 2020.

Do tipo ‘Moeda Digital do Banco Central (CBDC), ela seria regulada e controlada pelo banco central.

No mês passado foi revelado que a Libra teria lastro nas moedas fiduciárias dólar, euro, libra e iene e que o renminbi, moeda oficial da China, ficaria de fora.

Na ocasião, uma publicação da Reuters sugeriu que a não inclusão do renminbi no projeto Libra pode estar associada à relação comercial EUA/China.

Libra no Brasil

No Brasil, a criptomoeda do Facebook já entrou em pauta.

Em agosto, dentre alguns requerimentos de audiência pública, o deputado federal Áureo Ribeiro (Solidariedade/RJ) incluiu um convite ao representante do Facebook para falar sobre a Libra.

O objetivo era debater possíveis consequências socioeconômicas para o sistema financeiro brasileiro.

No final de junho, a Libra Association, entidade responsável pela criptomoeda do Facebook, entrou com um pedido de registro da marca no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

De acordo com o documento, a empresa pretende oferecer produtos atrelados a criptomoedas, como cartão de crédito, gestão, compra e venda, além de um programa que cria tokens para serem trocados por dinheiro.

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