A Uber queimou US$ 543 mil a cada hora este ano, mostrou a divulgação de resultados trimestrais publicada na última segunda-feira (4). O prejuízo no terceiro trimestre foi de US$ 1,16 bilhão, número pior que o apresentado no mesmo período do ano passado (US$ 986 milhões), mas melhor que as perdas de US$ 5 bilhões no período imediatamente anterior. Neste ritmo, a empresa deve acumular perdas de US$ 8 bilhões em 2019.
Os pagamentos processados no app somaram US$ 16,47 bilhões, abaixo da expectativa consensual de US$ 16,7 bilhões. A receita total chegou a US$ 3,8 bilhões. Entre os business da empresa, a vertical de caronas subiu 20% trimestre a trimestre, a de entregas via Uber Eats cresceu 71% e o Freight, app para caminhoneiros, aumentou 18%.
Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, diz esperar que a necessidade de oferecer descontos para atrair usuários, principalmente no Uber Eats, comece a diminuir em breve, e mantém o discurso de que a companhia se tornará lucrativa em 2021 – curiosamente, a mesma data prometida pela concorrente Lyft.
Mas investidores e analistas seguem preocupados que esse ponto de inflexão nunca chegue. Só nos EUA, a empresa demitiu mais de mil funcionários neste ano. Em mercado, vem perdendo espaço para a Lyft no país.
Além disso, a legislação da Califórnia agora quer obrigar que os motoristas da plataforma sejam registrados a partir de janeiro de 2020, o que tende a aumentar os gastos. Khosrowshahi pretende lutar contra essa mudança, reafirmando que seu negócio é de tecnologia, não de caronas, mas a disputa legal abriu espaço para que a discussão se espalhe a outros mercados em que a empresa atua.
Após a divulgação do balanço, a Uber viu suas ações caírem 7% no after-market. Pela manhã na terça, a queda gira em torno de 1%.
