Presidente do BNDES prevê crescimento do PIB de 3% com qualquer presidente eleito

Independentemente de quem vencer as eleições, o crescimento do PIB nos próximos 2 anos será entre 3% e 3,5%, de acordo com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo de Oliveira. Ele acrescentou, ainda, que esta ordem de avanço do PIB ocorrerá “sem problemas” e que “o impacto prático das eleições nas nossas vidas é muito menor que no passado”.

O comentário ocorreu durante apresentação no Fórum Incorpora, promovido pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em São Paulo. Lá, ele buscou tranquilizar representantes do setor de construção civil ao afirmar que a volatilidade atual é inerente de “toda eleição”, mas que o país atingiu um nível de desenvolvimento em que determinados avanços não serão mais revogados. “Preparemo-nos, porque o Brasil vai dar certo”, proclamou Oliveira antes da máxima “é na crise que a gente compra”.

Fiscal
Para Oliveira, uma reforma fiscal “será resolvida logo no início do próximo governo”. Novamente, ele acredita nisto independentemente do candidato escolhido nas urnas. Com isso, “a saída para o Brasil é o crescimento do mercado imobiliário”.

O presidente do BNDES observou ainda que se a taxa de juro permanecer no atual nível por dois anos, os R$ 6 trilhões de recursos que estão “parados” em fundos de renda fixa, reservas dos fundos de pensão e das seguradoras e nos Family offices podem irrigar o setor.

Sem citar a legislação dos Distratos, aguardada pelo setor desde 2017, Oliveira disse que segurança jurídica se conquista com “leis antigas”. Para ele, “novas leis trazem mais um processo de acomodação para o país”.

Discordância
Ambas as declarações de Oliveira foram rebatidas por outros participantes do evento da Abrainc. Sobre o crescimento de 3%, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, foi incisivo: “ninguém vai crescer 3% com investimentos da ordem de 15% do PIB”, disparou. Para ele, se reformas forem feitas “o futuro vai ser azul”, mas “o inimigo é forte e articulado”.

Diversos representantes das incorporadoras rebateram também o comentário sobre segurança jurídica, dizendo ser fundamental a aprovação das novas regras – que visam diminuir a taxa de desistência de compra de imóveis na planta. O próprio Martins afirmou que “não é possível continuar patinando em distratos” e que a jurisprudência atual neste sentido é uma “vergonha internacional”.

Por: Paula Zogbi
Fonte: Infomoney

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