O Ibovespa registra queda nesta terça-feira (26), novamente descolado do exterior, que repercute as informações do Ministério do Comércio da China de que o país atingiu um consenso com os Estados Unidos para pontos sensíveis acerca do acordo comercial.
Já o dólar reflete o discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, que disse ontem que é natural o câmbio estar mais elevado em um cenário de taxa de juros mais baixa e menores gastos do governo. “Quando você tem um fiscal mais forte e um juro mais baixo, o câmbio de equilíbrio também é mais alto”, afirmou Guedes.
Às 10h12 (horário de Brasília) o Ibovespa tinha baixa de 0,55%, a 107.827 pontos.
Já o dólar comercial sobe 0,88% a R$ 4,2514 na compra e a R$ 4,2521 na venda. O dólar futuro com o mesmo vencimento registrava ganhos de 0,6%, a R$ 4,254, chegando à máxima de R$ 4,25. A máxima intradiária anterior foi atingida em 2014, quando o câmbio bateu R$ 4,24.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 tem alta de três pontos-base 4,72% e o DI para janeiro de 2023 avança quatro pontos, para 6,01%.
Nos EUA, os futuros dos índices Dow Jones e S&P 500 estão perto da estabilidade, mas em terreno levemente positivo. Além do comunicado do ministério chinês, o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, e o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, concordaram em manter uma linha de diálogo sobre os pontos que faltam para a assinatura do acordo.
Por outro lado, não é possível ficar 100% otimista sem haver certeza de que as duas superpotências chegarão ao acordo antes do dia 15 de dezembro, quando passa a vigorar a última rodada de aumentos de tarifas americanas contra importações de produtos da China.
Ainda nos EUA, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que o copo da economia americana está “mais da metade cheio”. Powell repetiu a mensagem adotada desde que o Fed baixou as taxas pela terceira vez este ano, em 30 de outubro, sinalizando que a política monetária está no modo espera por enquanto.
No Brasil, sobre a greve de um grupo de petroleiros, Guedes, sugeriu que demitiria os trabalhadores se a estatal fosse uma empresa privada comandada por ele.
“Você tem excelentes salários (na Petrobras), bons benefícios, você tem quase estabilidade de emprego e tenta usar o poder político para tentar extrair aumento de salário no momento em que há desemprego em massa? Se fosse uma empresa privada e eu fosse o presidente de uma empresa privada, eu sei o que eu faria”, afirmou o ministro.
Já o presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira “tudo pode acontecer na vida da gente”, quando questionado se o Brasil pode deixar o Mercosul devido a mudança política na Argentina.
Em entrevista ao Valor, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que não está descartada a saída do Brasil do bloco. Bolsonaro voltou a torcer pela vitória de Lacalle Pou a presidente do Uruguai.
“Espero, pelo que tudo indica, vai ser confirmado o Lacalle no Uruguai. Uma vez confirmando, vou ligar para cumprimentá-lo, e em março irei à posse”, disse.