O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou na semana passada que vai se desfazer de ações da Petrobras, em uma operação que pode movimentar R$ 23,5 bilhões, com a alienação de até 9,86% dos papéis ON (com direito a voto) da petroleira. A oferta ocorrerá na Nyse, a Bolsa de Nova York, e na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.
A Petrobras afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que pelo menos entre 10% e no máximo 20% das ações serão destinadas a investidores de varejo. O início das negociações, no mercado secundário, está previsto para 7 de fevereiro.
O coordenador do laboratório de finanças do Insper, Michel Viriato, diz que a decisão de compra do investidor pessoa física não deve estar ancorada simplesmente na oferta do BNDES. “Essas grandes ofertas fazem diferença para investidores institucionais. Nesse caso, eles têm a oportunidade de comprar uma grande quantidade de ações de uma só vez.”
Para o investidor pessoa física, não é garantido que a oferta trará melhores condições de compra. “Não há nem como dizer se as ações ficarão mais baratas ou mais caras antes da oferta”, explica. Segundo Viriato, a destinação de 10% a 20% das ações para o varejo acontece porque raramente os investidores comuns absorvem mais do que essa porcentagem das ações.
Nos últimos 12 meses, em meio a muitas variações, a ação ordinária da Petrobras (PETR3) acumulou alta de 7,11%, fechando a última sexta-feira, 24, cotada a R$ 31,11. Em agosto de 2019, ela chegou a seu menor preço: R$ 28,24. No dia 16 daquele mês, a estatal anunciou o primeiro corte no preço da gasolina nas refinarias no ano e recebeu duas propostas pela Liquigás, que acabou sendo vendida por R$ 3,7 bilhões para o consórcio formado entre Copagaz, Itaúsa (holding de investimentos do Itaú Unibanco) e Nacional Gás.
A cotação diária mais alta do ano (R$ 33,28) foi em 7 de novembro, com a movimentação causada pelo leilão do pré-sal. Na visão de Michel Viriato, é justamente dessa volatilidade que o investidor deve estar ciente ao avaliar a compra desse tipo de ação. “Tem bastante variação por se tratar de uma companhia ligada a uma commodity como o petróleo”, diz.
Novidade
O professor de finanças da Fundação Getulio Vargas e colunista do Estado Fábio Gallo afirma que o fato de a estatal estar cada vez menos ligada à ideia de corrupção e aos escândalos enfrentados em anos anteriores pode ter impacto positivo no mercado.
O processo de desinvestimento do BNDES, segundo o próprio presidente do banco, Gustavo Montezano, afirmou em Davos, no Fórum Econômico Mundial, deve continuar. “Isso, porém, diz mais sobre o BNDES do que sobre a Petrobras. É positivo para o banco porque ele volta ao seu papel principal: o de desenvolvimento”, complementa Viriato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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