As 5 maiores altas e as 5 maiores baixas do Ibovespa no mês de janeiro

Pela primeira vez desde agosto de 2019, o Ibovespa registrou queda mensal. Em janeiro, o índice teve desvalorização de 1,63%.

Curiosamente, as maiores quedas e as maiores altas do índice são de ações de varejistas. A maior baixa do índice ficou com os papéis da Cia. Hering (HGTX3), que passou a ter uma forte queda principalmente após a divulgação da prévia operacional do quarto trimestre de 2019.

A empresa informou que teve uma queda de 5,2% no faturamento bruto, que foi de R$ 502,9 milhões no período. As vendas mesmas lojas tiveram queda de 4% na receita. As vendas nas lojas próprias, que não incluem as franquias, caíram 1,9% em comparação ao quarto trimestre de 2018. Segundo a empresa, houve o fechamento de 13 franquias no período. Já o comércio eletrônico teve um crescimento de 48,2% no quarto trimestre, passando a representar 4,4% da receita.

“A falta de consistência do desempenho das franquias e a queda nas multimarcas impede a alavancagem operacional que acreditamos ser um dos principais pontos para o case de re-rating da HGTX. Entendemos que existe um gap de valuation para outras empresas do setor, mas temos dificuldade em dar todo o benefício da dúvida no momento”, afirmam os analistas do Credit Suisse, que mantêm recomendação neutra para os ativos. Leia mais clicando aqui.

Em seguida, está a a CVC (CVCB3): após registrar a segunda maior queda do Ibovespa em 2019, com queda de 28%, o papel fechou como a segunda maior baixa do índice em janeiro de 2020.

André Alírio, economista da corretora Nova Futura, destacou em entrevista recente ao InfoMoney que a companhia está inserida em um setor em transformação e passou a sofrer com a concorrência de agências de turismo virtual. “A CVC tem um custo caro e capital imobilizado por canto da rede física. Isso eleva o custo de captação dos clientes, diferentemente das concorrentes, que possuem uma estrutura mais leve. É um mercado em mudança”, avaliou.

Neste ano, mais um fator que tem o potencial de abalar as ações da companhia: o coronavírus, que já vitimou mais de 200 pessoas na China e pode afetar a economia e o turismo global. Conforma aponta a XP Investimentos,  caso os impactos do surto se prolonguem no médio prazo, poderemos continuar vendo pressão nos preços de ações brasileiras ligadas à demanda chinesa, o que incluiria também as aéreas e as empresas de turismo como a CVC.

Richard Cathcart, analista do Bradesco BBI, aponta que o impacto para a companhia dependerá também se o surto se tornar uma pandemia (e em que regiões). As viagens domésticas poderiam ganhar força ante viagens internacionais. Se confirmado no Brasil, contudo, o cenário seria mais negativo. “No auge do zika em 2015-16, o tráfego aéreo doméstico e as vendas nas mesmas lojas da CVC enfraqueceram, embora seja difícil saber exatamente quanto disso foi causado pelo zika e quanto se deve ao enfraquecimento da economia”, avalia.

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