Em um mês negativo para o mercado de renda variável, com queda de 1,6% do Ibovespa, os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto encerraram o período sem direção definida. Papéis com maior prazo de vencimento tiveram as maiores perdas, de até 1,64%, enquanto títulos prefixados se destacaram entre as altas, ao apresentarem ganhos de até 1,3%.
Pesou sobre os ativos financeiros o aumento de aversão ao risco no mercado externo, diante de acontecimentos como a escalada das tensões entre Estados Unidos e Irã e o surto do coronavírus, na China, que elevaram a volatilidade dos mercados e mexeram com as expectativas de juros – e, consequentemente, com os preços e rentabilidade dos títulos públicos.
Os retornos de cinco de nove títulos públicos superaram a variação de 0,38% do CDI, referencial das aplicações de renda fixa, em janeiro. Em 12 meses, contudo, oito papéis seguem com rendimentos superiores ao CDI (5,79%), com ganhos acima de 16%.
Os maiores ganhos de janeiro partiram do Tesouro Prefixado 2025 (+1,34%) e do Tesouro Prefixado 2022, cujo retorno foi de 0,87% no último mês.
Com relação aos papéis indexados à inflação, o movimento foi majoritariamente de queda na rentabilidade. Depois da valorização de 58% registrada em 2019, o Tesouro IPCA+ 2045 apresentou a maior perda em janeiro, de 1,64%. Na sequência, o mesmo título com juros semestrais e vencimento em 2050 recuou 1,54%.
Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para decidir o rumo da taxa básica de juros no país. De acordo com os economistas do boletim Focus, do Banco Central, a expectativa é de um corte adicional de 0,25 ponto percentual, para 4,25% ao ano, levando a Selic a um novo piso histórico – o que pode mexer mais uma vez com os prêmios dos papéis do Tesouro.
Confira a seguir o desempenho em janeiro e em 12 meses dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto:
Vale lembrar que os preços dos papéis oscilam diariamente. O investidor só garante essas rentabilidades se optar pela venda antecipada do papel e, portanto, antes do vencimento. Se preferir carregar os títulos até os prazos finais, o retorno a ser recebido irá depender das taxas e as condições contratadas no momento de aquisição dos ativos.
No levantamento, o único papel não considerado foi o Tesouro Selic, uma vez que seu retorno segue a variação da Selic, portanto, sem grandes oscilações diárias.