O Ibovespa engata uma alta nesta terça-feira (17) seguindo as bolsas americanas, que após um início de alta volatilidade parecem estar subindo para valer agora. Nesta sessão, os investidores esperam por um pacote de estímulos vindo dos EUA. Segundo o Washington Post, o governo Trump quer passar no Congresso um plano de US$ 850 bilhões contra o coronavírus.
Também vale ressaltar que hoje foi confirmada a primeira morte por coronavírus em São Paulo. A vítima é um homem de 62 anos.
Às 11h52 (horário de Brasília), o Ibovespa subia 3,44% a 73.616 pontos, enquanto o dólar futuro para abril sobe 1,08%, para R$ 5,049. Os principais ganhos da sessão são da Vale (VALE3), que brilha no meio das demais blue chips com um avanço de mais de 8%.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai 28 pontos-base a 4,71%, o DI para janeiro de 2023 tem queda de 30 pontos-base a 5,70% e o DI para janeiro de 2025 perde 17 pontos-base a 6,88%
Por aqui, Paulo Guedes, o ministro da Economia, anunciou um pacote de medidas de R$ 147,1 bilhões para tentar reduzir os impactos da pandemia na atividade do país. De acordo com o plano, serão empregados R$ 147,3 bilhões em medidas emergenciais para atender grupos mais vulneráveis da população e setores específicos da economia.
Deste montante, R$ 83,4 bilhões serão destinados ao primeiro grupo, com medidas como a antecipação do 13º de aposentados, já divulgada na última sexta-feira (13), e a transferência de valores não sacados do PIS/Pasep para o FGTS, para permitir novos saques. Também foi sinalizada pelo ministro a destinação do saldo do fundo do DPVAT para o SUS (Sistema Único de Saúde), com impacto estimado em R$ 4,5 bilhões.
Já o segundo grupo ficará com os R$ 59,4 bilhões restantes, a partir de políticas como o diferimento do prazo de pagamento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) por 3 meses, assim como o diferimento da parte da União no Simples Nacional por 3 meses.
Mas, de acordo com a análise de Marcos Ross, economista sênior da XP, o alcance dos estímulos deve ser limitado. “Entendemos que seja uma primeira tentativa e que ela aponta na direção correta, mas temos diversas considerações com relação ao efeito total dela, uma vez que quase sua totalidade não configura como fonte nova de recurso, mas sim um rearranjo intertemporal deles”, escreveu Ross em relatório.
O Comitê de Política Monetária (Copom) inicia hoje a sua reunião. A curva de juros fechou ontem precificando corte de 0,50 ponto da Selic na reunião, que anuncia sua decisão nesta quarta-feira; apostas aumentaram após Fed ter cortado sua taxa em 1 ponto percentual (veja mais clicando aqui).
A recuperação do mercado hoje vem após um pregão muito negativo nas bolsas mundiais. O índice Nasdaq teve na sessão de ontem seu pior desempenho da história, com queda de 12,3%, enquanto o Dow Jones caiu quase 13%, no seu pior pregão desde 1987.
O sell-off foi desencadeado pela atuação extraordinária do Federal Reserve, que cortou os juros em um ponto percentual, para uma banda entre 0% e 0,25%, além de anunciar estímulos de US$ 700 bilhões, como forma de reagir à desaceleração econômica por conta do coronavírus. Há também muita preocupação a respeito do petróleo com o movimento da Arábia Saudita, líder da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de vender a commodity por US$ 25 o barril.
Política americana
O Partido Democrata dos Estados Unidos realiza hoje primárias nos estados do Arizona, Flórida, Ohio e Illinois. O ex-vice-presidente e ex-senador Joe Biden é favorito para vencer no Arizona e Ohio, indicam pesquisas da NBC News. Já na Flórida e em Illinois, a disputa com o senador Bernie Sanders parece mais acirrada e não existe um favorito claro. Biden tem 886 delegados, Sanders tem 736. O maior prêmio de hoje é a Flórida, com 217 delegados. O pré-candidato democrata que conquistar 1.991 delegados até julho se habilita a disputar a presidência com o republicano Donald Trump em 4 de novembro.