Em meio ao impacto econômico expressivo da pandemia de coronavírus, o Banco Central cortou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil a zero em 2020, ante crescimento de 2,2% calculado em dezembro.
“Adicionalmente, resultados abaixo do esperado em indicadores econômicos no final de 2019 e início de 2020 afetaram a expectativa de desempenho da atividade no primeiro trimestre”, destacou a autoridade monetária no Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira (26).
“Em termos de trajetória, a projeção para o PIB anual considera recuo acentuado do PIB no segundo trimestre, seguido de retorno relevante nos últimos dois trimestres do ano”, avaliou, mas destacando que há um elevado grau de incerteza na realização de projeções no cenário atual.
O BC ainda aponta que a magnitude dos impactos da pandemia sobre a atividade estará associada à gravidade e à extensão do período do surto no país, além das medidas públicas que estão sendo adotadas nas diversas áreas.
“A economia mundial, incluindo a brasileira, passa por momento de elevado grau de incerteza em decorrência da pandemia de coronavírus, que está provocando desaceleração significativa da atividade econômica, queda nos preços das ‘commodities’ e aumento da volatilidade nos preços de ativos financeiros”, destacou.
A autoridade monetária avaliou ainda que “perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia”.
O BC reiterou mensagem de vê como adequada a manutenção da taxa Selic em seu novo patamar, de 3,75% ao ano, mas ponderando que a maior variância de riscos e novas informações sobre a conjuntura econômica serão essenciais para definir seus próximos passos.
As projeções de investimento direto foram reduzidas a US$ 60 bilhões, de US$ 80 bilhões. Quanto à inflação, as estimativas seguem iguais as da ata com 3% previsto para esse ano em 2 cenários.