A bolsa brasileira sofreu o maior impacto negativo com o coronavírus entre os mercados no mundo ao registrar uma queda de 52% em dólar em relação ao mês de janeiro, segundo aponta levantamento feito pelo banco americano Goldman Sachs.
Esse é o pior bear market (mercado de baixa), que é definido como uma queda superior a 20%, para a bolsa desde a grande crise financeira de 2008.
Além disso, o real foi a quarta moeda que mais se desvalorizou no período, com desvalorização de 22%, sendo cotada atualmente acima dos R$ 5. A desvalorização só não é maior do que a do peso mexicano, do rublo russo e da coroa norueguesa.
Contudo, os analistas Ron Gray e Caesar Maasry apontam em relatório: “ainda estamos intensamente focados nos riscos globais de queda mas, para investidores de longo prazo que estão em busca de valor, os movimentos de ações e do câmbio no Brasil parecem exagerados”.
Isso porque, com a severidade do recente sell-off, os valuations das ações brasileiras passaram do terreno mais supervalorizado dos países emergentes para agora abaixo da média histórica. Vale destacar que os analistas usam o MSCI Brazil como referência.
Porém, eles ponderam: “para o investidor de longo prazo, discutimos métricas de avaliação mais à frente para o Brasil e valuations. Mas, para o investidor tático, observamos que não apenas calcular o fundo do mercado é extremamente difícil, como os custos de ser “muito cedo” [para determiná-lo] podem ser muito dolorosos”.
Eles avaliam que esse movimento de queda registrado nos ativos brasileiros foi muito mais forte do que as quedas vistas em boa parte no mercado asiático desde então.
Entre as maiores quedas, depois do Brasil, aparecem as bolsas da Indonésia (queda de quase 50%), da África do Sul (desvalorização de cerca de 45%) e da Rússia (queda aproximada de 45%) e do Chile (baixa de cerca de 40%).
Os analistas destacam a mudança do mercado de renda variável no Brasil, em meio ao cenário de maior queda da taxa de juros. Ao fazer um ajuste, a avaliação é de que as ações brasileiras estão mais baratas atualmente do que na crise financeira, mas com um valuation superior a 2016.