Fintechs tiram concentração do mercado dos grandes bancos, diz executivo do PayPal Brasil

O crescimento do setor de fintechs e bancos digitais no Brasil abre espaço para a popularização das carteiras digitais. Ao mesmo tempo, serve como alternativa aos bancos e dá poder a novos players no mercado nacional.

Essa é a leitura feita por Thiago Chueiri, diretor de desenvolvimento de negócios do PayPal Brasil, a respeito da presença de novos concorrentes no mercado nacional.

“A entrada das fintechs e de grandes players globais [Apple, Google, entre outros] ajudam o PayPal. Elas desconcentram [o mercado] dos grandes bancos e gera o que chamamos de interoperabilidade. Quanto mais fintechs, mais elas ajudam a divulgar o que é uma carteira digital”.

Chueiri exemplifica dizendo que o ingresso desses grandes atores internacionais ajudou a elevar o número de cadastros junto à plataforma: “Eles [o público] começam a entender o que é isso e procuram o que é referência. E essa referência é o PayPal”.

Ambiente favorável ao PayPal

Entre os fatores que tornam o Brasil um ambiente atrativo para as fintechs, Chueiri cita: a valorização do dólar, que barateia investimentos externos no país; o alto spread bancário praticado pelos grandes bancos, que abre espaço para serviços mais baratos oferecidos pelas fintechs; e o hábito brasileiro de consumo pelo celular.

Esse perfil “heavy user” do ambiente mobile no Brasil, acima da média internacional, foi uma das conclusões de uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos e pelo PayPal em 11 países, divulgada nesta quarta-feira (27) em São Paulo.

O levantamento foi encomendado pelo PayPal junto ao Instituto Ipsos e traz uma série de dados sobre os hábitos de consumo por dispositivos mobile no Brasil e em outros dez países.

“A pesquisa da Ipsos demonstra o quanto o conceito de ‘mobile only’ já está no horizonte. E também como o Brasil vem se posicionando para ser um mercado importante para o comércio online”, diz Chueiri.

De olho nas criptomoedas

Questionado sobre a visão a respeito das criptomoedas, o diretor de Desenvolvimento de Negócios afirmou que o PayPal prefere aguardar uma maior definição sobre a área no mercado brasileiro.

“Estamos de olho nessas tecnologias como qualquer player que precisa estar antenado e entender essas movimentações. Mas um ponto importante é a regulamentação. E não vamos fazer nenhuma movimentação em algo que não esteja regulado, que não tenha lastro.“

A diretriz mais recente no país sobre as criptomoedas veio da Receita Federal, a partir de uma instrução normativa em vigor desde julho.

Há ainda no Congresso Nacional pelo menos três projetos em tramitação que visam regular o setor: do deputado Aureo Ribeiro (SD-RJ) e dos senadores Flávio Arns(Rede-PR) e capitão Styvenson (Podemos-RN).

Apesar da cautela expressada pelo PayPal quanto ao cenário brasileiro, a empresa tem feito movimentos agressivos em direção às criptomoedas.

Desde maio o PayPal conta com autorização do Banco Central para operar como instituição de pagamentos. Assim, a empresa conta com aval para realizar novas atividades no país, na modalidade de emissão de moeda eletrônica.

Na esfera internacional, o PayPal Ventures investiu o equivalente a R$ 17 milhões na startup TRM Labs, focada no gerenciamento de riscos e compliance de criptomoedas para o setor financeiro.

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