Três das mais importantes autoridades econômicas mundiais se unirão para criar regras sobre emissão de moedas digitais de bancos centrais (CBDC, na sigla em inglês).
As autoridades em questão são o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o G20, grupo das maiores economias do mundo.
A parceria foi divulgada por um relatório lançado nesta terça-feira (13). Além dos três órgãos, o Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) será parceiro.
O objetivo é formalizar o uso de CBDC nos sistemas bancários. Serão estabelecidas diretrizes e regras para o uso dessas ferramentas entre os países.
Stablecoins também serão tema de estudos
De acordo com o relatório, as estruturas regulatórias deverão ser concluídas até o final de 2022.
Além disso, os órgãos ganharão mais capacidade. O FMI e o Banco Mundial terão capacidade técnica para facilitar as transações do CBDC entre os países até o final de 2025.
Além das CBDCs, as stablecoin também serão tema de estudo. Pesquisa e seleção de projetos, tecnologias e experimentos do CBDC também estão na pauta.
Stablecoins são moedas digitais frequentemente vinculadas a moedas fiduciárias, como o dólar americano (USD).
De acordo com o Grupo de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês), órgão fiscalizador do G20, o escopo do novo programa será:
“Examinar o escopo para novas plataformas multilaterais, acordos globais de stablecoin e moedas digitais do banco central para enfrentar os desafios que os pagamentos internacionais enfrentam sem comprometer os padrões mínimos de supervisão e regulamentação para controlar os riscos para a estabilidade monetária e financeira.”
Organizações se envolvem com criptomoedas e blockchain
Praticamente todos os três órgãos já possuem algum envolvimento com CBDCs, stablecoins ou blockchain.
Por exemplo, o G20 já havia liberado recomendações para a regulamentação de stablecoins. Elas foram divulgadas pelo FSB em um relatório de abril.
No FMI, o vice-diretor-gerente da instituição, Tao Zhang, defendeu a adoção de CBDCs em um discurso de março.
Por fim, o Banco Mundial não apenas defendeu o uso de contratos inteligentes, mas utilizou a blockchain na prática. Em 2019, a instituição fez vendas de títulos totalmente gerenciados em blockchain.