Gestora britânica alerta para falta de visão dos investidores

A gestora britânica de fundos famosa por apostas antecipadas nas companhias de tecnologia mais promissoras do mundo, incluindo Amazon.com, Facebook e Tesla, alerta que as startups de hoje sofrerão com a pressão da indústria de investimentos para que produzam sucesso rapidamente.

Stuart Dunbar, que é sócio na Baillie Gifford, entende que investidores e empresas de capital aberto estão presos em um “terrível círculo vicioso no qual ninguém pensa a longo prazo porque está antecipando como todo mundo vai reagir”.

“No setor de investimentos, criamos esse aparato do ciclo trimestral de divulgação de resultados”, disse Dunbar em entrevista à Bloomberg TV. “Divulgamos o desempenho relativo dos índices. Nós realmente não falamos sobre o progresso operacional das empresas nas quais investimos. Demora cinco anos ou mais para saber se as empresas estão fazendo grande progresso operacional.”

Dunbar acredita que as pressões de curto prazo sobre gestoras de fundos levam o mercado a punir empresas que realizam bons investimentos.

A Baillie Gifford tem sede em Edimburgo e administrava US$ 254 bilhões em 30 de setembro. Dunbar acrescentou que a obsessão das firmas de investimento com sua própria expansão prejudica a qualidade do processo decisório.

“Um desafio fundamental do setor é que, se uma firma quiser se expandir, se o objetivo é o crescimento, acaba assumindo ativos além do ponto em que pode investir com sucesso, o que provavelmente levou a firma a atrair recursos inicialmente.”Foco em excelência“Existe um desequilíbrio entre distribuição e marketing em nosso setor e a tarefa de apenas tentar investir muito bem”, disse ele. “Se você perder o foco no trabalho fundamental de investimento, você contrata cada vez mais profissionais de marketing para vender. Existe uma maneira muito mais fácil de conseguir isso: apenas tente se concentrar em excelência.”

Segundo ele, um ponto positivo para o setor é a ênfase contínua dos investidores em questões ambientais, sociais e de governança. Para Dunbar, isso produz o efeito não intencional de obrigar gestores de fundos e empresas a pensar a longo prazo.

Ele alertou, no entanto, que a deterioração das taxas cobradas pelas gestoras de recursos nos últimos anos dificulta a execução de um número crescente de decisões.

“Se você tenta reduzir as taxas até o ponto em que não pode mobilizar razoavelmente os substanciais recursos necessários para implementação efetiva da mentalidade responsável” sobre o que se tem, ele disse, “simplesmente não funciona muito bem”.

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