Em um pregão com dois circuit breakers, o Ibovespa teve nesta quinta-feira (12) sua pior queda desde 10 de setembro de 1998, quando o principal índice acionário brasileiro caiu 15,83% em meio à crise da moratória da Rússia.
Hoje, a Bolsa refletiu o assombro com que o mundo recebeu o anúncio do governo do presidente americano, Donald Trump, de proibir voos entre a Europa e os Estados Unidos, à exceção do Reino Unido. Os investidores ainda tinham esperança de que ele fosse anunciar estímulos, mas em vez disso, o presidente tomou uma decisão que deve piorar o desempenho das empresas no mundo todo.
A queda só não foi pior porque durante a tarde o Federal Reserve, que é o banco central dos EUA, anunciou que oferecerá mais de US$ 1 trilhão em liquidez ao mercado monetário através de duas operações de recompra reversa. A primeira operação acontece nesta quinta, com a oferta de US$ 500 bilhões em operações “repo”, ou de acordo de recompra. Na sexta, o Fed de NY oferece mais US$ 500 bilhões em operações em um mês.
O Ibovespa fechou em queda de 14,76% a 72.582 pontos, com volume de R$ 29,882 bilhões. Nos EUA, o pregão também foi de recordes. A queda de 9,99% do índice Dow Jones foi a maior desde 1987, quando houve a famosa “Black Monday”. As bolsas europeias, por sua vez, desabaram 10%, no pior pregão da história.
Enquanto isso, o dólar comercial subiu 1,38% a R$ 4,784 na compra e a R$ 4,7857 na venda. O dólar futuro para abril virou para queda no after-market, operando com desvalorização de 1,01%, para R$ 4,775.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 subiu 65 pontos-base a 6,25%, DI para janeiro de 2023 disparou 80 pontos-base a 7,20% e DI para janeiro de 2025 registrou ganhos de 79 pontos-base a 8,21%, acionando limite de negociação durante o pregão regular.
Outra notícia que movimentou o pregão foi que o número de casos do coronavírus superou 125.000 um dia depois da declaração de pandemia feita ontem pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fábio Wajngarten, foi diagnosticado com a doença, fazendo com que o presidente Jair Bolsonaro também realizasse os testes, assim como Trump, com quem os dois estiveram no começo da semana para um jantar.
O Banco Central Europeu (BCE) aprovou novas medidas de estímulo para ajudar a economia da zona do euro em meio à pandemia de coronavírus, mas manteve as taxas de juros.
A autoridade monetária informou que vai oferecer novos empréstimos aos bancos, oferecerá instrumentos de liquidez previamente acordados a taxas ainda mais favoráveis e aumentará temporariamente a compra de ativos.