Ibovespa interrompe sequência de 6 altas e se afasta da máxima histórica; dólar vai a R$ 4,17

O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira (17), frustrando as expectativas de diversos investidores que esperavam uma renovação da máxima histórica. Pesou para a Bolsa a realização de ganhos diante do rali recente e um aumento do ruído no mundo político.

Lá fora, além das notícias de que o Reino Unido e a União Europeia chegaram a um acordo para o Brexit, os resultados positivos de Netflix e Morgan Stanley, impulsionaram os índices acionários dos Estados Unidos.

Hoje, o Ibovespa teve baixa de 0,39% a 105.015 pontos com volume financeiro negociado de R$ 15,176 bilhões. Com a queda, o índice se afastou da máxima histórica de fechamento, que foi de 105.817 pontos no dia 10 de julho deste ano e a máxima intraday foi atingida no mesmo dia em 106.294 pontos.

Na opinião de Gabriel Fonseca, analista da XP Investimentos, chega um momento em que tem que ocorrer alguma acomodação, com os investidores que estão ganhando dinheiro desde os 99 mil pontos embolsando lucros.

Fonseca vê também algum impacto do imbróglio político entre Jair Bolsonaro e o PSL na força dos vendidos. “Apesar de termos uma visão de que isso não vai ter impacto na agenda econômica, não dá para falar que é uma notícia positiva”, explica.

Já o dólar comercial caiu 0,39% a R$ 4,169 na compra e a R$ 4,1702 na venda. O dólar futuro para novembro registra perdas de 0,4% a R$ 4,171, depois de uma abertura em alta.

O câmbio acelerou as perdas após a produção industrial dos Estados Unidos em setembro registrar uma retração de 0,4%, mais fraca que a expectativa mediana dos economistas compilada pelo consenso Bloomberg, que era de queda de 0,2%. A utilização de capacidade instalada ficou em 77,5%, ante 77,9% em agosto.

Junto com o indicador veio a fala do conselheiro econômico do presidente Donald Trump, Larry Kudlow, que disse que o ciclo de aperto monetário promovido pelo Federal Reserve provavelmente está chegando ao fim.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 recua três pontos-base a 4,50% e o DI para janeiro de 2023 tem queda de quatro pontos-base a 5,45%.

Em meio ao aprofundamento das divisões internas do PSL, o deputado Delegado Waldir (GO), confirmado líder do partido nesta quinta, foi gravado em uma reunião com correligionários chamando o presidente Jair Bolsonaro de “vagabundo” e dizendo que vai “implodir” o governo.

“Vou fazer o seguinte: eu vou implodir o presidente. Aí eu mostro a gravação dele. Eu tenho a gravação. Não tem conversa. Não tem conversa. Eu implodo o presidente. Acabou o cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo. Eu votei nessa porra. Eu andei, no sol, 246 cidades gritando o nome desse vagabundo”, disse Waldir em reunião com a ala ligada à cúpula do partido.

Também no Brasil, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, afirmou que o julgamento sobre a validade da prisão em segunda instância deve se estender até a semana que vem. Segundo Toffoli, na sessão de hoje, quando o caso começará a ser analisado, somente as manifestações das partes envolvidas no processo serão ouvidas. Os votos serão proferidos na sessão da próxima quarta-feira (23).

Sobre a guerra comercial, o Ministério de Comércio da China confirmou nesta quinta-feira que o país irá ampliar as compras de produtos agrícolas dos Estados Unidos, num momento em que Pequim e Washington trabalham no texto de um acordo comercial preliminar. A expectativa é de um acordo possa ser assinado, Donald Trump e Xi Jinping, durante a cúpula dos países Ásia-Pacífico, no Chile, nos dias 16 e 17 de novembro,.

Já os deputados do PSL ligados ao presidente Jair Bolsonaro formalizaram um pedido de destituição do líder do governo na Câmara, Delegado Waldir (GO), substituindo-o pelo deputado Eduardo Bolsonaro (SP). Por trás do gesto, está a tentativa do presidente Jair Bolsonaro de reduzir o espaço do líder da sigla, Luciano Bivar, que, por sua vez, reagiu, apresentando uma nova lista, para tentar manter Waldir.

Entre os indicadores, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou que o Brasil criou 157.213 vagas de emprego em setembro, no melhor resultado para um mês de setembro desde 2013. A expectativa dos economistas era de criação de 130 mil empregos.

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