Ibovespa segue volatilidade da Petrobras e opera entre perdas e ganhos, mas dólar ainda sobe forte

O Ibovespa acompanha a volatilidade da Petrobras (PETR3; PETR4) nesta quarta-feira (6) em meio a análises de que o resultado do megaleilão de petróleo da cessão onerosa não foi tão ruim assim para a empresa como se interpretou em um primeiro momento. A estatal arrematou 90% da área de Búzios e ganhou sozinha a área de Itapu, enquanto os blocos de Atapu e Sépia, como esperado, não receberam nenhuma oferta.

A maior petroleira brasileira adquiriu Búzios em consórcio com as chinesas CNODC Brasil Petróleo e Gás e a CNOOC Petroleum Brasil, que levaram 5% cada uma. A falta de interesse das demais empresas estrangeiras no leilão levou o dólar a disparar, visto que nas últimas sessões o real vinha se apreciando por conta da expectativa da entrada de dólares no País devido às ofertas esperadas de estrangeiros pelos campos do pré-sal.

Às 12h57 (horário de Brasília) o Ibovespa tinha leve variação positiva de 0,01% a 108.731 pontos. Na mínima do pregão, o principal índice da B3 chegou a cair 1,17% a 107.445 pontos, depois de uma abertura em alta que chegou a 0,84% a 109.633 pontos.

Também foi volátil o desempenho das ações da Petrobras. O papel preferencial PETR4 subiu 3,54% na máxima do dia e caiu 5,23% na mínima, logo após o anúncio do resultado do megaleilão.

Já o dólar comercial tem alta de 1,52% a R$ 4,053 na compra e a R$ 4,0537 na venda. O dólar futuro com vencimento em dezembro subia 1,5% a R$ 4,059.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 vira para queda de quatro pontos-base a 4,47% e o DI para janeiro de 2023 cai 1 ponto-base a 5,49%.

Segundo Adeodato Volpi Netto, estrategista-chefe da Eleven Financial Research, não se esperava tamanho protagonismo da Petrobras no leilão, mas isso não é de todo ruim. “Para a Petrobras muda a dinâmica de curto prazo, ela é muito eficiente na extração de petróleo de águas profundas e fica bem posicionada com as áreas arrematadas”, explica.

As preocupações que diversos investidores manifestaram nos últimos dias, de que o pagamento de bônus muito elevados sobre as áreas fosse prejudicar o endividamento da empresa não deveriam ser tão grandes, na visão do analista. “Hoje, a Petrobras já cumpriu um processo de desalavancagem muito grande, então não acho que ela vai ter dificuldade em captar recurso”, explica.

Para Volpi Netto, a grande frustração da cessão onerosa é do lado do governo, que tinha expectativa de arrecadar R$ 106,5 bilhões e só conseguiu levantar R$ 69,96 bilhões. “Pode ser que o Planalto tenha que destravar privatizações para compensar”, avalia o analista da Eleven.

No início da semana, as petroleiras Total e BP já haviam desistido de fazer ofertas diante dos altos preços da outorga e das incertezas em relação aos reembolsos que deverão ser pagos à Petrobras, que é a concessionária original.

A Bloomberg informou na semana passada que o Planalto esperava ganhar US$ 50 bilhões entre licenciamentos e compensações.

Lá fora, os índices acionários dos Estados Unidos ficam praticamente estáveis após notícia de que Pequim quer que o presidente Donald Trump reverta as tarifas impostas em setembro sobre US$ 125 bilhões em mercadorias chinesas. Essa seria uma condição essencial para o fechamento da fase 1 do acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Ainda no Brasil, destaque para a repercussão do pacote de reformas econômicas que deverá suceder o debate previdenciário no parlamento. As medidas vêm sendo classificadas como a mais ampla reforma desde a Constituição de 1988, com uma revisão profunda do papel do Estado e mudando a lógica dos gastos públicos.

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