O Ibovespa acelera alta nesta quinta-feira (10) após o presidente americano, Donald Trump, anunciar que irá se encontrar amanhã com o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, para discutir o acordo comercial. Já o dólar continua subindo, embora menos, por conta dos dados de inflação dos Estados Unidos e as vendas do varejo aqui.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA ficou estável, ante a expectativa mediana do consenso Bloomberg, que era de aumento de 0,1%. Analistas entendem que alguns elementos da inflação não foram tão ruins assim e podem reforçar o discurso dos membros do Federal Reserve que não querem subir juros.
Já por aqui saíram as vendas do varejo medidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que registraram uma retração de 0,1% em agosto ante expectativa de crescimento de 0,2%. Na comparação com agosto de 2018 (série sem ajuste sazonal), o comércio varejista avançou 1,3%. Com isso, o acumulado do ano ficou em 1,2%.
Os dois dados reforçam a situação de Selic caindo mais rápido do que as Fed Funds nos EUA, o que prejudica as operações de carry-trade. Desse modo, mais investidores buscam dólares e fogem do real, que se torna menos atrativo.
Às 11h08 (horário de Brasília) o Ibovespa tinha alta de 0,86% a 102.115 pontos.
Enquanto isso, o dólar comercial sobe 0,37% a R$ 4,117 na compra e a R$ 4,1188 na venda. O dólar futuro para novembro registra ganhos de 0,16% a R$ 4,1225.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 recua cinco pontos-base a 4,66% e o DI para janeiro de 2023 tem queda também de sete pontos-base a 5,77%.
As notícias vindas do exterior são confusas. Ao mesmo tempo em que se fala que os Estados Unidos estariam dispostos a abrir mão de fazer o aumento de tarifas sobre produtos chineses marcado para o dia 15 de outubro, também há rumores de que a delegação chinesa poderia encurtar a viagem que deveria acabar só amanhã à tarde, pois os chineses estariam irritados com a relutância dos americanos em adiar essas tarifas.
A Casa Branca, porém, disse à CNN que não está ciente da mudança nos planos do vice-primeiro-ministro chinês Liu He, enquanto a CNBC acrescenta que as informações do jornal da China eram imprecisas e que o retorno de Liu segue previsto para sexta-feira à noite.
O ponto mais sensível para a China nesse acordo comercial é a questão de propriedade intelectual na Huawei. Segundo o New York Times, o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, poderia conceder licenças que permitissem às empresas americanas venderem suprimentos não sensíveis à Huawei.
Já no Brasil, os investidores ficam animados com a aprovação no Congresso do projeto que divide os recursos do megaleilão do pré-sal.