Ibovespa sobe com retirada de tarifas da China e menos temores por coronavírus; dólar vira para alta

O Ibovespa sobe nesta quinta-feira (6) depois da China cortar de 10% para 5% as tarifas de importação sobre alguns produtos americanos e de 5% para 2,5% para outros.

A redução nas taxas, que foram impostas em setembro de 2019 no âmbito da guerra comercial, beneficia um total de US$ 75 bilhões em produtos dos Estados Unidos. Em contrapartida, no dia 14, os EUA vão cortar de 15% para 7,5% as tarifas sobre US$ 150 bilhões em produtos chineses.

A notícia de redução de tarifas animou os mercados ao se somar à esperança de contenção do coronavírus após informações de possíveis desenvolvimentos de vacina do coronavírus. A doença já infectou 28 mil pessoas e matou 560.

Apesar do avanço no número de casos gerar temores, especialistas dizem que é algo natural, visto que há mais de 50 mil casos suspeitos de coronavírus na China e, mesmo que não haja mais nenhuma transmissão, as estatísticas de infectados devem aumentar conforme saem os resultados de exames sobre todas as pessoas com suspeita de estarem com o vírus.

Às 11h46 (horário de Brasília) o Ibovespa subia 0,65% a 116.782 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial vira para alta de 0,27% a R$ 4,2487 na compra e a R$ 4,2505 na venda. O dólar futuro para março avança 0,37% a R$ 4,2565.

O câmbio reflete a decisão tomada ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que reduziu a Selic para novo piso histórico de 4,25%, surpreendendo com comunicado hawkish que anuncia interrupção dos cortes, citando efeitos defasados e peso crescente da meta de 2021.

Com isso, são desmontadas as apostas que ganharam força nas últimas semanas de que o Banco Central estendesse o ciclo de reduções nos juros.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 tem alta de cinco pontos-base a 4,97%, o DI para janeiro de 2023 avança também cinco pontos-base a 5,49% e o DI para janeiro de 2025 fica estável a 6,07%.

No comunicado, o Copom indicou o fim do ciclo de redução de juros, afirmando que “vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária”.

Mario Mesquita, do Itaú, destacou que o BC deve manter taxa inalterada em 4,25% até fim do ano; Copom utilizou “interromper” ao invés de “finalizar”, o que indica que pode, eventualmente, em circunstâncias apropriadas, revisitar a questão.

Já a Fitch afirmou que enxerga as taxas de juros brasileiras em um patamar mais baixo pelo resto do ano. Segundo os executivos da agência de classificação de risco, a economia real brasileira ainda não está indo bem.

No radar corporativo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou que embolsou R$ 22 bilhões com a venda das ações da Petrobras, maior valor em uma transação no mercado de capitais do país em uma década.

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