Ibovespa sobe quase 3% com notícia de que G7 se reunirá para tomar medidas contra o coronavírus

O Ibovespa acelerou os ganhos na tarde desta segunda-feira (2) após abrir entre perdas e ganhos. O movimento coincidiu também com o ganho de força da bolsa americana, onde os índices sobem cerca de 3%, em dia de recuperação no exterior com sinalizações de ajudar vindas de diversos bancos centrais.

Além disso, ajuda o mercado a notícia de que ministros e banqueiros centrais do G7 participarão de uma teleconferência nesta terça-feira (3) para discutir como responder e limitar os danos do surto do coronavírus.

Segundo o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, as principais economias do G7 tomarão “ações combinadas” e devem discutir a melhor abordagem por telefone.

Às 15h (horário de Brasília), o benchmark da bolsa registrava alta de 2,82%, a 107.111 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial subia 0,22%, cotado a R$ 4,4900 na compra e R$ 4,4910 na venda, ao passo que o dólar futuro para abril sobe 0,10%, para R$ 4,494.

Vale destacar que na sexta-feira, a bolsa brasileira subiu mais de 1% após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmar que o BC americano está monitorando o coronavírus, usará suas ferramentas e agirá de forma apropriada, se for necessário.

Com as sinalizações de alívios de BCs pelo mundo, os juros futuros caem forte, aumentando as apostas de um possível novo corte na Selic. O contrato com vencimento em janeiro de 2022 recua 11 pontos-base, a 4,37%, enquanto o de vencimento em janeiro de 2023 cai 9 pontos-base a 5,03%, seguido pelas perdas de 6 pontos do vencimento em janeiro de 2025, a 5,96%.

Nesta madrugada, as bolsas asiáticas subiram após o Banco do Japão prometer “ampla liquidez” aos mercados, o que ajudou a deixar para trás os dados muito negativos da Markit, que confirmaram que a indústria chinesa despencou em fevereiro.

Já as bolsas europeias abriram em alta após o anúncio de que o Eurogrupo fará uma reunião de emergência na quarta-feira para discutir medidas de apoio econômico aos países mais atingidos pelo Covid-19, mas diminuíram a força durante o pregão. A Itália quer permissão para gastar 3,6 bilhões de euros com empresas, famílias e regiões mais atingidas pelo coronavírus.

O Banco da Inglaterra prometeu as medidas necessárias para garantir estabilidade financeira e monetária; o governo francês disse que ministros do G7 vão ter teleconferência esta semana para coordenar resposta ao vírus. O número de pessoas contaminadas se aproxima de 90 mil no mundo inteiro, com a China superando 80 mil casos e a Coreia do Sul os 4,2 mil.

Sobre o dólar, José Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos, avalia que o nível dos R$ 4,50 é muito perigoso porque “a moeda tende a subir de R$ 0,10 em R$ 0,10”. “Eventual retorno para perto de R$ 4,40 a R$ 4,45 seria ponto melhor para comprar”, avalia.

Segundo ele, mesmo que o mercado comece a apostar mais em um corte de juros pelo Federal Reserve, o mercado futuro também aposta em corte da Selic por aqui, além do fato dos preços das commodities seguirem muito baixos em meio a forte aversão ao risco. “Assim, há pouco espaço, no momento, para queda do dólar”, afirma.

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