De olho no equilíbrio e baixa volatilidade recente no mercado de criptomoedas, investidores institucionais de Wall Street têm aproveitado o período para comprar Bitcoin, de acordo com o Bloomberg.
Eles estão comprando bitcoin e outros criptoativos às escondidas no mercado de balcão (OTC, na sigla em em inglês), diz a reportagem. Um processo que normalmente nem é percebido, pois fica fora do book das exchanges e na aparece em sites que acompanham os volumes tais como o CoinMarketCap.
Bobby Cho, chefe de operações global da Cumberland, subsidiária da DRW Holdings, disse que o mercado de criptomoedas agora está aprendendo com seus erros, pois quando os criptoativos entraram em decadência desenfreada, mineradores e negociadores mantinham seus bitcoins para obter mais lucros.
Do outro lado, frisou Cho, quando o mercado estava sofrendo perdas, essas pessoas estavam vendendo nos pontos de recuperação. E agora os mesmos estão vendendo regularmente.
Cho acredita que o que está acontecendo “é a profissionalização dentro da criptoeconomia” e que a adoção das criptomoedas e bitcoin pelos investidores institucionais é, segundo ele, o grito de guerra mais esperado dos entusiastas.
Ele explicou:
“Nos últimos quatro a seis meses, o mercado tem sido negociado em uma faixa muito estreita, e isso parece ser o momento em que as instituições financeiras tradicionais aguardavam para mergulhar no espaço”.
De acordo com os pesquisadores das empresas de criptomoedas e de serviços financeiros, Digital Assets Research e TABB Group, respectivamente, as transações via balcão variaram de US$ 250 milhões a US$ 30 bilhões todos os dias em abril deste ano.
Recentemente, as bolsas têm negociados cerca de US$ 15 bilhões por dia, segundo a CoinMarketCap.com.
Bitcoin no balcão
Jeremy Allaire, diretor executivo da Circle Internet Financial, de Boston, também comentou sobre essas negociações subjacentes.
“Temos registrado um crescimento de três dígitos em nossos negócios de balcão”, disse ele. “Essa é uma área de grande crescimento”, concluiu.
Tom Flake, fundador da empresa de soluções de mineração de criptomoedas Bcause LLC, disse que os investidores institucionais estão liquidando as criptomoedas através do mercado de balcão porque se houver grandes transações o mercado pode facilmente ser influenciado.
Já Sam Doctor, estrategista da Fundstrat Global Advisers, disse que as transações via balcão estão sendo as preferidas porque os investidores institucionais tendem a comprar uma grande quantidade de criptomoedas e as exchanges geralmente não conseguem atender aos pedidos.
O mercado de criptomoedas que atualmente sustenta um valor entre US$ 200 e US$ 220 bilhões e que já esteve no auge de mais de US$ 800 bilhões em janeiro deste ano, depende muito agora de regulamentação de produtos ligados a criptoativos, como os fundos de índices comercializados como ações (ETFs).
No entanto, outros produtos já têm sido experimentado no mercado, como o serviço de custódia para grandes empresas.
O Coinbase Custody, anunciado em maio pelo CEO e cofundador da companhia, Brian Armstrong, tinha como alvo os investidores institucionais em Wall Street, como fundos de pensão e de riqueza soberana.
Tradicionalmente, grandes investidores não mantêm grandes quantias em criptomoedas, receosos das garantias legais relacionadas a negociações não se aplicarem a elas.
A abertura de um conta no serviço — que funciona como um cofre de criptomoedas para grandes corporações financeiras — custava, na ocasião, US$ 500 mil e o valor mínimo em caixa para adesão era de US$ 10 milhões.
Como custódia financeira, a Coinbase pode usar parte do valor guardado pelos clientes para investimentos próprios.
Por: Wagner Riggs
Fonte: Portal do Bitcoin