Mais de 6 milhões pediram empréstimo na pandemia, diz IBGE

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios da Covid-19 (Pnad Covid-19) de outubro, elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou que, entre os 68,7 milhões de domicílios avaliados, em cerca de 6 milhões (8,7%), algum morador solicitou empréstimo. Destes, em 5,2 milhões (7,5%) a solicitação foi atendida, mas em 801 mil (1,2%), o empréstimo não foi concedido.

Em comparação com o mês de setembro. houve alta de 0,8 ponto percentual no número de domicílios que pediram empréstimo. Isso corresponde a uma elevação de cerca de 533 mil no número de domicílios nos quais algum morador solicitou crédito.

A Pnad Covid19 de outubro, divulgada nesta terça-feira (1º) pelo IBGE, mostra que a Região Norte registrou a maior taxa de recusa de empréstimos. Lá foram cerca de 17,5% dos domicílios com solicitações recusadas. A maior procura por empréstimos foi na Região Sul (9,7%). O Sul também foi onde houve a menor taxa de recusa de empréstimo, aproximadamente, 10%.

Afastamento do trabalho

Segundo o IBGE, o afastamento das pessoas do trabalho por causa do distanciamento social continua em queda. Entre os 84,1 milhões de ocupados no país, 4,7 milhões estavam afastados do trabalho por algum motivo, que pode ser licença médica, de maternidade ou férias, e 2,3 milhões afastados devido ao distanciamento. Isso significa recuos de 12,7% e de 22%, respectivamente, na comparação com setembro. Desde o início da pandemia, tais indicadores acumulam quedas de 75,3% e 85,1%, respectivamente.

Em consequência da pandemia, as pessoas com 60 anos ou mais de idade constituíam, proporcionalmente, o maior grupo de afastados do trabalho. Esse padrão tem se repetido desde maio quando começou a pesquisa. Em setembro, o índice ficou em 8,7%, mas, no mês seguinte, a proporção caiu para 7,2%. Em todos os grupos etários o percentual de afastamento por esse motivo recuou.

Conta própria

Os trabalhadores por conta própria e os empregadores registraram o menor percentual de pessoas afastadas em função da pandemia. As duas categorias ficaram em 1,3%, seguidas pelos trabalhadores do setor privado sem carteira (1,8%) e os empregados do setor privado com carteira (2,5%). Entre os trabalhadores domésticos, foram 3,3% no grupo dos sem carteira e 3,4% no dos com carteira.

No setor público com carteira eram 7%)e, entre militares e servidores estatutários, 7,9%. “Frente a setembro, houve redução na proporção de pessoas afastadas em todas as categorias”, informou o IBGE.

O total de pessoas afastadas do trabalho sem remuneração caiu para aproximadamente 900 mil. Isso representava 19,2% do contingente de pessoas afastadas do trabalho que tinham. “Em setembro, o percentual era de 19,8% e vem caindo consistentemente ao longo da pandemia”. O menor percentual foi na Região Sul (16,3%) e o maior (26,8%). no Norte. “Frente a setembro, houve redução do percentual de pessoas nestas condições no Nordeste, Sul e Centro-Oeste, com estabilidade no Sudeste e aumento no Norte”, indicou o IBGE.

Rendimento

A massa de rendimento médio real normalmente recebido caiu de R$ 195,5 bilhões em setembro para R$ 194,0 bilhões em outubro. Para o IBGE, considerando o rendimento efetivo, se constatou um aumento da massa de rendimento de 1,8% em termos reais passando de R$ 178,3 bilhões em setembro para R$ 181,5 bilhões em outubro. Os trabalhadores por conta própria (83,9%) e os empregadores (90,2%) tiveram as maiores diferenças entre os rendimentos habitual e os efetivamente recebidos.

Também em outubro, o rendimento médio real domiciliar per capita efetivamente recebido em reais no Brasil ficou em R$ 1.310, ou 1,7% abaixo de setembro em termos reais, quando registrou R$ 1.332. As regiões Nordeste (R$ 877) e Norte (R$ 900) apresentaram os menores valores.

Auxílio

A proporção de domicílios brasileiros que recebeu algum auxílio relacionado à pandemia passou de 43,6% em setembro para 42,2% em outubro. O valor médio do benefício ficou em R$ 688 por domicílio. “Ele tinha sido de R$ 864 em maio, ficou em R$ 900 de junho a setembro e agora houve redução de valor para R$ 688 em outubro”, informou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Maria Lúcia Vieira.

Norte (58,4%) e Nordeste (56,9%) foram, mais uma vez, as regiões com os maiores percentuais de domicílios recebendo auxílios, entre os quais o emergencial e a complementação do governo pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

Conforme a pesquisa, em setembro e outubro, 19 unidades da Federação tiveram queda no percentual de domicílios onde um dos moradores recebe auxílio emergência. Os demais estados ficaram estáveis. Os maiores índices são os do Amapá (68,6%), do Pará (62,2%), do Maranhão (61,4%), de Alagoas (60,3%) e do Acre (59,6%). As unidade com menor proporção são os estados de Santa Catarina (22,9%), e do Rio Grande do Sul (28,8%) e o Distrito Federal (30%).

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