Renda fixa ou variável? Onde os milionários estão investindo o dinheiro atualmente

Em um cenário de juros na mínima histórica, os brasileiros mais afortunados têm buscado, além de uma maior diversificação em suas carteiras, ajuda profissional para encontrar opções de investimento mais rentáveis.

Levantamento feito pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostra que o volume administrado por gestores de patrimônio chegou a R$ 170,7 bilhões no primeiro semestre deste ano, um avanço de 7,5% em relação a dezembro de 2018.

Alexandre Braga, membro da comissão temática de gestão de patrimônio da Anbima, afirma que o aumento do volume deve-se não apenas ao rendimento dos ativos, como à entrada de novos grupos econômicos.

Em outras palavras, clientes de alta renda têm saído dos grandes bancos em busca de diversificação de risco e acesso a produtos muitas vezes não encontrados nas grandes instituições financeiras, a partir do trabalho de profissionais dedicados exclusivamente a essa seleção. E como é constituído o portfólio dos investidores mais ricos do Brasil?

De acordo com a Anbima, ativos de renda fixa são responsáveis pela maior fatia da carteira dos milionários (e também bilionários), representando 48% do total. Nesse grupo, a preferência recai sobre fundos de renda fixa, com 19,1% dos portfólios, seguidos por títulos privados (15,5%), com maior alocação em debêntures e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs).

Já entre os títulos públicos, que correspondem a 10,3% dos recursos, destaque para o aumento de 35% na demanda por papéis prefixados no primeiro semestre, e para os títulos indexados à inflação, que representam as maiores posições na carteira dos mais ricos, com 5,2% do patrimônio.

A alocação em renda variável, por sua vez, corresponde a 20% dos portfólios, alta de 18% na comparação com dezembro de 2018. A preferência recai sobre fundos de investimento (11%), mais expressivos que a compra direta de ações (8,6%).

Fundos de investimento são favoritos

Até junho, 67%, ou R$ 114,2 bilhões do total de recursos do segmento de gestão de patrimônio, estavam alocados em fundos de investimento, um aumento de 13,7% em relação a dezembro de 2018. O restante estava em carteiras administradas.

Dentre os fundos, os multimercados detêm a maior fatia, de 23%, seguidos pelos fundos de renda fixa, com 19%; de ações, com 10,9%; e pelos estruturados, com 6,8% (o que inclui fundos de participação e imobiliários).

Além da entrada de recursos dos clientes de alta renda em fundos de renda fixa, com crescimento de 29% do patrimônio, variações significativas foram encontradas em fundos de ações, com aumento de 21%, e nos fundos imobiliários, com avanço de 15,4%. Em um cenário de Selic na mínima histórica, investidores encontram nesses produtos uma alternativa para melhores rentabilidades, assinala Braga.

O maior holofote nas discussões sobre a reforma previdenciária e o crescimento da oferta de produtos do segmento contribuíram para um aumento de 13,5% do patrimônio dos fundos de previdência. Ainda assim, apenas 1,7% dos recursos dos milionários estão nesse mercado.

Distribuição por região

Assim como em 2018, a região sudeste permaneceu com o maior volume de recursos administrados pelas casas de gestão de patrimônio no primeiro semestre deste ano, representando 84,4% do total, ou R$ 144,8 bilhões. Na sequência aparecem as regiões Sul, com R$ 16 bilhões, Nordeste, com R$ 5,8 bilhões, e Centro-Oeste, com um total de R$ 2,7 bilhões.

A partir deste ano, a base de dados da Anbima de gestores de patrimônio foi ampliada de 27 para 69 participantes. O ajuste se deve a uma adequação ao novo Código de Administração de Recursos de Terceiros, em que todas as instituições associadas ou aderentes que prestam esse tipo de serviço devem reportar seus dados.

Fonte: Infomoney

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