Bitcoin é a luta da sociedade para não ser refém dos Bancos Centrais

Pedro Rezende, professor de Ciência da Computação na Universidade de Brasília (UNB), disse que as criptomoedas “correspondem a ideia de dinheiro vivo” e que hoje há uma luta travada para que a sociedade não fique refém das moedas emitidas pelos Bancos Centrais. A sua apresentação foi a última da Bitconf Summer Edition, que encerrou no sábado (17), em Fortaleza, no Ceará.

Rezende afirma que a principal função de uma moeda é de “funcionar como meio de troca ou de pagamento”. Nisso ele chama a atenção para a falta de conhecimento das pessoas quando dizem que a criptomoeda não possui valor intrínseco.

“Isso não existe. O valor vem do atendimento de uma necessidade e capacidade de troca. Com isso, nem o ouro tem valor intrínseco, pois ele depende dos interesses das pessoas que estão negociando. Essa história de valor intrínseco não cola nem com dólar, nem com ouro e nem com criptomoedas”.

“A mineração de criptomoedas é como a do ouro” afirma o professor. Ele disse que procurar algo que é “raro na natureza dá trabalho” e daí surge vem a reserva de valor que “está na imutabilidade desse valor”.

Rezende afirmou que existe uma diferença entre os conceitos de moeda e dinheiro que não deve ser deixada de lado. A moeda “opera como meio e troca para bens intercambiáveis” enquanto que “o dinheiro é a métrica de valor através do tempo que se retém para poupança ou negócio futuro”.

Ele, contudo, disse:

“Se o dinheiro pode ser guardado porque vai valer tanto quanto no futuro logo serve também como meio de troca e será útil enquanto moeda, se você tiver a ilusão de que a moeda não vai desvalorizar no decorrer do tempo”.

O professor disse que as moedas controladas por bancos centrais de potência dominante “tendem a assumir a função de reserva de valor”, mas o mesmo não ocorre com aquelas em que a fé no estado quase não existe mais.

Ele disse que  a qualidade mais difícil como meio de troca socialmente aceito “é justamente ela ser aceita”.

Quando a fiat perde essa capacidade, as pessoas “vão buscar nem que seja no escambo atender as necessidades”. “Nisso, as criptomoedas (como o bitcoin) já é uma realidade em países como a Venezuela“, afirmou Rezende.

Com isso, Rezende ainda falou que há uma crise financeira global e que essa seria “a chance de emplacar as criptomoedas”.

Ele utilizou a teoria dos jogos de John Nash para tratar sobre a conferência de veracidade dos dados registrados na Blockchain. Rezende disse que é possível despersonalizar esse controle de escassez e emissão de moedas, estimulando “os agentes da rede para manter as transações honestas” e assim  evitar que haja trapaças.

Com isso, a transparência da Blockchain faz com que “a rede como um todo coopere em favor de si mesma. Todo mundo que quiser trapacear a rede ficará fora dela, essa é a ideia da Teoria dos Jogos aplicada na regra de consenso do Bitcoin que foi replicada por outras criptomoedas”.

Por: Alexandre Antunes
Fonte: Portal do Bitcoin

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