A Coindesk compilou uma lista que mostra os profissionais que deixaram grandes empresas e mergulharam no mundo das criptomoedas.
Sete ex-funcionários de pelo menos cinco gigantes, como Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google (FAANG), que perfazem um grupo das empresas mais notáveis da segunda geração da internet.
Cada uma das pessoas nesta lista, segundo a reportagem, largou toda a segurança de um emprego efetivo e de proventos significativos — próprio de grandes organizações — para ter uma chance em um novo setor que foi construído com dinheiro nativo da internet, como o bitcoin, por exemplo.
Do Facebook para a Ripple
Kahina van Dyke atualmente é vice-presidente sênior de desenvolvimento corporativo e de negócios da Ripple, empresa detentora do token XRP. Antes, ela passou por Facebook, MasterCard e Citibank, quase sempre em funções com foco no setor de pagamentos, diz a reportagem.
Em julho, quando a Ripple deu-lhe as boas vindas em seu blog, van Dyke descreveu suas razões para entrar no novo setor.
“Há uma razão pela qual se tem muitas grandes operadoras de transferência de dinheiro no mundo hoje. Sem dúvida, as transações internacionais são um dos problemas mais complexos e multifacetados em termos de pagamentos”, disse a vice-presidente.
Van Dyke acredita que a Ripple tem potencial, com sua combinação de tecnologia e estratégia de negócios, para eliminar o desgaste das pessoas que tentam movimentar dinheiro internacionalmente, diz o site.
Near Protocol recebe ex-Facebook
Evgeny Kuzyakov trabalhou no Facebook e no Google antes de se firmar como um dos engenheiros de software da plataforma especializada em blockchain ‘Near Protocol’, que tem como objetivo levar a descentralização a dispositivos de baixo custo.
Kuzyakov trabalhava com compressão de arquivos para vídeos de 360º e Realidade Virtual (VR na sigla em inglês), mas também cooperou com sistemas para o Google.
“Eu trabalhei em infraestrutura de back-end no Google, então sei como construir sistemas distribuídos. Eu entendo a segurança e a privacidade de projetos de grande escala para garantir que os usuários estejam de acordo com os interesses do sistema como um todo”, disse ele, segundo a Coindesk.
Quem trocou a Amazon pela Harmony
Leo Chen recentemente deixou o serviço em nuvem da gigante de Seattle ‘Amazon Web Services’ (AWS) para vestir a camisa da Harmony, uma plataforma de solução que usa consenso projetado para taxas de transferência.
Chen, que já trabalhava na empresa havia quase quatro anos, disse que poderia ter deixado a Amazon muito antes. Ele explicou que, por ter excluído o aplicativo do facebook no seu celular, acabou não vendo o convite feito pelo fundador da Harmony, Stephen Tse.
Em 2012, Chen arriscou e comprou um pouco de bitcoin e conseguiu um bom lucro. Passado algum tempo ele se interessou pelo Ethereum e foi então que sentou à mesa com Tse, diz a Coindesk.
Harmony também recebe ex-Apple
Alok Kothari é um dos fundadores da Harmony. Ele deixou a Apple em junho depois de colaborar com a empresa por quase três anos, diz a reportagem. Especialista em machine learning (aprendizado de máquina), ele trabalhava no assistente de voz da Apple, Siri, mas, já idealizava mudanças na carreira.
“Foi uma tempestade perfeita de muitos fatores. Eu idealizava uma jornada empresarial havia um tempo”, relatou à CoinDesk. “Eu estava convencido de que o blockchain transformaria o mundo para liberar toda a utilidade dos dados que estão sendo criados no mundo, o acesso aos dados deve ser democratizado e descentralizado”, acrescentou.
Netflix perde estrategista para Consensys Labs
Ryan Lechner hoje gerencia quase 50 negócios da Consensys Labs. Ele deixou a Netflix, onde praticamente tinha a mesma função, só que no ramo de TV, quando trabalhou na expansão de conteúdo da empresa.
“Eu sempre considerei o Netflix como ‘a inocente do FAANG’. Pegamos o dinheiro das pessoas e criamos alegria”, disse Lechner à CoinDesk.
Ele se juntou à Consensys no final de 2017, quando se mudou para o Brooklyn, sede da empresa em Nova York.
“Espero que meu papel na ConsenSys possa catalisar uma mudança radical para redes descentralizadas e modelos de negócios”, disse ele, segundo a reportagem.
Do Google para OKCoin
Alex Feinberg deixou o Google e passou pela startup ‘Petram Security’ antes de ir definitivamente para a OKCoin, uma exchange de bitcoin globalmente reconhecida. Hoje atua como diretor de desenvolvimento de negócios.
Feinberg iniciou sua colaboração no Google ainda em 2011 e ocupou vários cargos no lado comercial antes de sair em março deste ano, onde trabalhava nos setores de Pesquisa e Assistente do Google.
Ele trabalhou com grandes marcas para integrar seu conteúdo com as principais plataformas.
Um dos motivos que ele alega ser responsável pela procura de ‘novos ares’ é porque ele se definhava na tese de que enquanto os bancos centrais continuassem a impressão de dinheiro, teria grandes benefícios nas partes mais especulativas da economia, como a tecnologia.
“A mudança para o espaço criptográfico foi apenas uma extensão lógica desta decisão original”, disse ele, segundo a reportagem. “Eu pensei comigo mesmo: As pessoas que converso fora do ‘mundo Google’ estão se saindo muito melhor financeiramente do que as de dentro. Então, vamos ver para onde isso me leva’, explicou.
Ex-Google fundou a CoinTracker
Chandan Lodha é cofundador da CoinTracker, uma plataforma que monitora e calcula impostos sobre negociações de criptomoedas. Ele deixou a divisão o Google em meados de 2017, onde trabalhava como gerente de um produto chamado Projeto Loon.
“Para ser honesto, inicialmente fiquei bastante cético em relação às criptomoedas”, disse ele à Coindesk.
Ele manteve criptomoedas por anos e percebeu que aquilo não mais significava apenas um hobby — em 2012 ele chegou a trabalhar em alguns projetos em uma startup de bitcoin.
Há tempos Lodha pensava na ideia de um colega de trabalho no Google e acabou se tornando cofundador da CoinTracker, embora o foco inicial tenha sido em uma fintech tradicional.
No entanto, sua própria experiência em criptomoedas apontava os negócios na atual direção.
Ele reconhece que o aplicativo não é o primeiro a ajudar com as obrigações fiscais, mas acredita que o espaço ainda tem um caminho a percorrer em termos de experiência do usuário.
“Uma lição que trouxemos do Google e que realmente ajudou a construir o CoinTracker, é o foco nos usuários para criar produtos muito simples e intuitivos”, disse Lodha.
Por: Wagner Riggs
Fonte: Portal do Bitcoin