Se por um lado a queda no preço das criptomoedas tem desanimado investidores que acreditavam ter encontrado a fonte da riqueza, por outro lado esta desvalorização não tem impedido que o entusiasmo e a crença na tecnologia impulsionem fintechs a seguirem desenvolvendo soluções inovadoras que visam tornar transações com criptomoedas cada vez mais comuns e integradas à sociedade.
Uma destas empresas é a Pundi X. Fundada em 2017 por Zac Cheah, Pitt Huang e Constantin Papadimitriou, que já dirigiam a Pundi-Pundi – um aplicativo de pagamentos tradicionais atuante no Sudeste Asiático – a Pundi X surgiu com o objetivo de oferecer um ecossistema que permite a compra, venda e pagamentos em criptomoedas, facilitando a forma como interagimos com a tecnologia.
A startup desenvolveu uma “maquininha” (POS) própria, chamada XPOS. Além de estar preparada para integrações com métodos tradicionais de pagamento, o XPOS permite que estabelecimentos aceitem criptomoedas como forma de pagamento, e automaticamente seja convertido para stablecoin. “Assim, o empresário pode passar a utilizar este meio de pagamento sem precisar se preocupar com a volatilidade das criptomoedas”, comenta João Victor Mendes, gerente da Pundi X. O comerciante ainda pode solicitar o saque em Reais, que é processado rapidamente.
O dispositivo também permite que qualquer pessoa possa adquirir criptomoedas de forma fácil, que são imediatamente transferidas para a aplicação XWallet ou mesmo para o cartão XPass do usuário, este último, uma wallet física que, segundo a empresa, tem o objetivo de facilitar a adoção por pessoas que não são familiarizadas com a tecnologia. Em um cenário de adoção ideal do XPOS, bastaria ir ao barzinho ou à banca de jornal da esquina para adquirir Bitcoin ou Ethereum.
“COMPRAR CRIPTOMOEDAS DEVERIA SER TÃO FÁCIL QUANTO COMPRAR UMA GARRAFA DE ÁGUA. COMO O WALMART E O 7-ELEVEN DAS CRIPTOMOEDAS, QUEREMOS QUE OS USUÁRIOS COMPREM E UTILIZAM CRIPTOMOEDAS EM QUALQUER LUGAR, A QUALQUER HORA”, AFIRMA MENDES.
A empresa destaca que, ao contrário das empresas tradicionais de maquininhas que cobram taxas pela intermediação do serviço de pagamento, no XPOS isso não existe. Já para a venda de criptomoedas, a taxa de serviço é definida pelo comerciante e pode ser entre 0,1% e 2%. Este valor é destinado diretamente em benefício do comerciante.
O XPOS é capaz de suportar integração com aplicativos de inteligência de varejo, gerenciamento de estoque e pedidos, programas de fidelidade e marketing, pagamentos em cartões de crédito e débito, Apple Pay, Samsung Pay, e outras modalidades baseadas em NFC. Como o aparelho é baseado no Android 9.0, as possibilidades de atuação do XPOS não limitam-se às suas funções nativas de fábrica. O aparelho possui suporte a aplicativos descentralizados (dApps), o que cria uma vasta gama de opções no que diz respeito às suas funcionalidades, dependendo apenas dos desenvolvedores.
Entretanto, a vontade de inovar da Pundi X não limita-se somente às maquininhas de pagamento. A empresa idealizou um ecossistema que, nas palavras de Pitt Huang, “tem o propósito de descentralizar todo o conteúdo da Internet”.
O CTO e cofundador da companhia explica:
“Mas como realizar tal feito mantendo uma experiência de usuário perfeita? Nós não podíamos simplesmente criar uma blockchain, então nós criamos cinco coisas separadas que, juntas, constroem o ecossistema da Function X.”
Fazem parte do ecossistema da Function X:
- Uma blockchain pública;
- Os aparelhos integrados (XPOS e XPhone), cada um como um node da rede Function X, e servindo ao seu propósito específico (o XPOS como point-of-sale e o XPhone como smartphone);
- Um protocolo de transmissão descentralizado de dados batizado de FXTP, responsável por conectar toda a rede;
- Um sistema descentralizado de armazenamentos de arquivos chamado de Function X IPFS; e
- Um docker descentralizado.
“Um dos problemas mais difíceis no mundo das criptomoedas é reduzir radicalmente a complexidade de lidar com as criptomoedas. Queremos atrair bilhões de usuários que comprarão criptomoedas em qualquer lugar do mundo, a qualquer momento, a fim de tornar-se a maior rede descentralizada de vendas de criptomoedas off-line do mundo. Atualmente a maior parte das blockchains estão longe do ideal, pois dão ênfase excessiva na tecnologia em detrimento da aplicação em casos reais de uso. Queremos ser diferentes disso e popularizar as soluções com criptomoedas.”
A Pundi X espera que, com o ecossistema Function X, qualquer smart device possa acessar e trocar informações na rede de uma forma privada e descentralizada, inserindo a revolução da blockchain no que está mais presente na vida de pessoas atualmente: a internet.
Por: Cassio Gusson
Fonte: Criptomoedas Fácil