As taxas dos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentam queda nesta quinta-feira (21), dia de feriado na cidade de São Paulo, e após o presidente do Banco Central indicar que a crise poderá ter maior duração que o previsto e que a autoridade monetária poderá elevar as atuações no mercado de câmbio, se necessário.
“A crise pode ser mais longa e o desvio fiscal pode ser maior”, afirmou Roberto Campos Neto durante evento virtual organizado ontem pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).
Questionado sobre qual seria o piso para a Selic, atualmente em 3% ao ano, o presidente do BC pontuou que o tema da redução dos juros básicos é dinâmico. “Depende um pouco do que está acontecendo no mundo – tivemos uma saída de recursos (dólares, do Brasil) – e temos a parte da condição interna”, afirmou.
Segundo Campos Neto, os países com dívidas maiores geralmente encerram o processo de corte de juros com taxas “um pouco maiores também”, sinalizando que, se a situação no país ficar muito pior, pode atrapalhar o momento de juros baixos.
Contribuiu para o maior otimismo do mercado doméstico, a afirmação do presidente Jair Bolsonaro de que irá sancionar o mais rápido possível o projeto de ajuda aos estados, vetando o aumento nos rendimentos do funcionalismo público.