Armas e amianto: Ações decolam e chamam atenção da Bolsa

Ações de duas indústrias muito peculiares chamaram a atenção da Bolsa de Valores em setembro, por terem se valorizado muito em pouco tempo. Armas e Amianto. Em comum, as duas possuem um mesmo acionista relevante.

A primeira foi a da Taurus Armas. Os papéis TASA3 subiram 32% entre 1º de setembro e 1º de outubro. Uma valorização bem acima do Ibovespa, principal indicador do mercado, que caiu 6,5% no mesmo período.

A valorização fez a B3, empresa que administra a Bolsa, questionar a empresa. No dia 15 de setembro, enviou um ofício perguntando a razão para um aumento significativo no número de ações negociadas em bolsa.

Em resposta, a Taurus disse que havia divulgado seu balanço no meio de agosto e que algumas casas de análise têm emitido relatórios com opiniões sobre o papel da empresa, “o que pode ter contribuído com a movimentação atípica”.

Mas menos de 15 dias depois, no dia 29, a empresa de armas divulgou ao mercado que assinou um acordo para criar uma joint venture com uma “importante empresa do ramo automotivo” brasileiro para fabricar acessórios de armas leves.

Outra empresa cujas ações também chamaram a atenção do mercado em setembro foi a Eternit, conhecida pela fabricação de telhas de amianto.

Seus papéis ordinários (ETER3) subiram 27% em setembro.

No dia 17, a B3 também enviou um ofício questionando o aumento da negociação dos papéis. A empresa disse que “não houve nenhum fato relevante de conhecimento da Companhia que possa justificar as oscilações registradas”.

A empresa, que está em recuperação judicial, segue explorando amianto na mina que possui, em Goiás, unicamente para exportação.

Uma semana depois do questionamento ter sido feito à empresa, seu presidente, Luís Augusto Barbosa, deu uma longa entrevista à revista Exame, falando sobre os investimentos da empresa em transformar seu negócio para produzir equipamentos de alta tecnologia, como as telhas de concreto que captam energia solar.

As duas empresas têm uma coisa em comum. O mesmo acionista que é dono de 7,7% da Eternit tem 2,47% da Taurus.

Luiz Barsi Filho, chamado de “Rei da Bolsa”, é um economista e advogado, conhecido por ser o maior investidor individual na bolsa brasileira.

Tanto na empresa de armas quanto na de telhas, ele é o segundo maior acionista, ficando atrás apenas dos controladores.

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