Fernando Ulrich diz que a pior fase do Bitcoin pode ter ficado para trás

Em uma entrevista para a Exame, Fernando Ulrich, autor do livro “Bitcoin: A Moeda na Era Digital” e líder da XDEX, plataforma de criptoativos da XP Investimentos, conversou sobre o futuro das criptomoedas, além das possíveis regulações e a distante realidade de viabilizar o Bitcoin como forma de pagamento no cotidiano.

No inicio da entrevista, quando questionado sobre se era possível prever a retomada de preço do Bitcoin, Ulrich disse que sim e que era questão de tempo a reversão, considerando que a criptomoeda estava há mais de um ano sobre forte correção e que diversos indicadores já haviam mostrado a possível alta. Ele também considerou que o mercado já está se antecipando para a queda na recompensa dos mineradores, a qual está prevista para maio do ano que vem.

Em seguida ele foi questionado se existem sinais de que o ciclo de baixa do Bitcoin já acabou e ele disse que sim, e explicou o motivo:

“Pelas mudanças de percepção que ocorreram no mercado e pelas notícias relevantes mostrando a tecnologia como uma oportunidade e não só especulação. Pelo fato de ela entrar cada vez mais no mercado tradicional. Pela quantidade de projetos que há hoje em infraestrutura e regulação, há potencial. Comparado à alta de 2017, estamos em outro patamar, houve uma evolução muito clara. Tudo isso me leva a crer que é o fim do ciclo de queda, mas não dá para descartar.”

Ulrich disse que, no curto prazo, está na hora do investidor ter cautela, devido à alta bastante expressiva em pouquíssimo tempo, mas que, no médio e longo prazo, em sua visão, os fundamentos estão bem sólidos e mesmo com este risco pode ser uma boa oportunidade.

“Ele já vem sendo usado em algumas remessas internacionais, já é o melhor sistema para isso. É mais seguro, mais rápido, transparente e menos custoso que outras alternativas no mundo financeiro. Em alguns casos ele já é uma alternativa melhor. Muitas vezes para o pagamento pela internet. É claro que pagar um restaurante ou o cafezinho com bitcoin ainda não faz muito sentido, mas em outros casos sim. ”

“É preciso trazer alguns esclarecimentos para o setor e tentar não errar a mão na exigência, nas obrigações que acabem matando um setor ou impeçam que as empresas nem consigam começar, por fardos regulatórios e que nem sempre atingem o objetivo de proteger o investidor, evitando que o mercado se desenvolva.”

Por mais que esse movimento regulatório ainda seja muito incerto, ele finalizou falando que o nível de entendimento por parte do Banco Central e da CVM melhorou bastante, que o diálogo com as associações do setor (ABCB e ABCripto) está bem mais facilitado e próximo de vários reguladores como o Ministério Público, o Bacen, a Polícia Federal. Hoje, essa discussão já está em um outro patamar.

Por: Julia Santos
Fonte: Criptomoedas Fácil

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