Ibovespa sobe 1% com resultado do Itaú e investidores atentos ao exterior; dólar zera perdas

Depois da baixa de 1,05% na véspera, o Ibovespa indica uma sessão de alívio nesta terça-feira (11), agora acompanhando o noticiário externo e com o resultado forte do Itaú Unibanco (ITUB4) divulgado ontem. As ações do banco sobem perto de 2%.

Às 11h00 (horário de Brasília), o principal índice da B3 registrava alta de 1,36%, a 114.108 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial tem leve variação positiva de 0,04% a R$ 4,3205 na compra e a R$ 4,3223 na venda. O dólar futuro para março recua 0,14% a R$ 4,323.

As bolsas internacionais repercutem a desaceleração da taxa de novos casos do novo coronavírus. Contudo, os investidores seguem de olho nos efeitos da doença, que já infectou 42.638 pessoas e matou 1.016 na China continental.

Enquanto isso, o presidente da China, Xi Jinping, afirmou que os fundamentos da economia chinesa são fortes e que o impacto do surto do coronavírus será curto sobre a atividade econômica do país, o que ajudou a tranquilizar os investidores da Ásia, que aguardam por novos estímulos do Banco do Povo da China.

Os investidores ainda pesam o real impacto do coronavírus sobre a economia e os mercados, Ray Dalio, bilionário fundador da Bridgewater Associates, o maior hedge fund do mundo, afirmou em conferência que as preocupações dos investidores com a pandemia “talvez tenham provocado um efeito exagerado nos preços dos ativos por causa da natureza temporária disso, então eu esperaria mais uma recuperação”.

Já os juros futuros registram baixa nesta sessão, também repercutindo os dados de inflação, com o Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (IPC-Fipe) trazendo desaceleração mais forte da inflação e Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), com variação zero em parciais. Além disso, também ata da última reunião de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom) traz algum impacto. O documento é referente à decisão que reduziu a taxa básica de juros de 4,5% para 4,25%.

O contrato com vencimento em janeiro de 2022 registra queda de cinco pontos-base, a 4,87%, enquanto o de vencimento em janeiro de 2023 tinha baixa de seis pontos-base, a 5,44%, seguido pela baixa de seis pontos-base do vencimento em janeiro de 2025, a 6,07%.

A ata do Copom, divulgada hoje, destacou que o “atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária”. “Considerando os efeitos defasados do ciclo de afrouxamento iniciado em julho de 2019 [cortes de juros já efetuados], o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária [redução da taxa básica]”.

Contudo, o BC também avaliou que “seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação, com peso crescente para o ano-calendário de 2021”.

As avaliações sobre a ata foram divididas. Para a equipe de análise do Morgan Stanley, a adição do comentário sobre a possibilidade de uma ociosidade menor do que o esperado e o sinal claro de que a baixa inflação de 2020 não é vista como um problema apontam para um tom mais hawkish(a favor de apertos monetários).

A visão da Gauss é parecida, apontando que o Banco Central deve considerar ao menos duas reuniões para ver os próximos passos de política monetária. “A ata veio alinhada ao comunicado com pontos mais hawkish“, disseram os analistas.

Já a equipe da XP entendeu que com a inflação perto de 3% há grandes possibilidades de corte. “A ata deu grau de manobra caso os dados não cumpram as expectativas.”

Os analistas do Goldman Sachs interpretaram que a ata foi ligeiramente mais dovish (a favor de relaxamento monetário) do que o comunicado posterior à decisão. “Na ata, o Copom argumenta que dadas as diversas fontes de incertezas é importante interromper o ciclo de queda da Selic para poder avaliar melhor o nível de desaquecimento da economia”, escreve a equipe do banco americano.

Para o Goldman Sachs, o texto da ata não é um comprometimento irrevogável de não cortar mais as taxas de juros, mas um momento de reavaliação sujeito às alterações no andamento da economia. “Se a inflação hoje favorável surpreender ou dados econômicos frustrantes forem divulgados o Copom poderá voltar a vislumbrar uma redução de juros.”

No começo da tarde, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, falará e pode ser o driver mais importante da sessão: os dados de atividade econômica dos EUA têm sido fortes ultimamente e os investidores buscarão informações para confirmar as chances de redução dos juros este ano.

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