Ibovespa sobe mais de 1% e dólar cai com estímulo chinês; juros caem após produção industrial

O Ibovespa registra alta expressiva nesta terça-feira (4) diante da recuperação dos mercados da China. Hoje, a bolsa de Xangai encerrou o pregão estável, com alívio após o “sell-off” na véspera. Na véspera, os índices acionários chineses caíram mais de 7% na volta de um recesso que durou uma semana por causa da nova doença.

O governo chinês fez uma nova injeção de liquidez no sistema financeiro nesta terça, desta vez de US$ 71,2 bilhões.

Contudo, o cenário sobre o coronavírus segue no radar: a China informa que o vírus já infectou mais de 20 mil pessoas e causou mais de 400 mortes. Depois das Filipinas foi a vez de Hong Kong registrar a primeira morte de uma vítima do coronavírus fora da China continental.

Às 10h14 (horário de Brasília) o Ibovespa subia 1,55% a 116.408 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial cai 0,49% a R$ 4,2271 na compra e a R$ 4,2277 na venda. O dólar futuro para março recua 0,45% a R$ 4,234.

A moeda americana registra perdas em meio ao sentimento global de risco associado à visão de que a China não poupará esforços para evitar um grande impacto do surto de coronavírus no crescimento.

O Banco do Povo da China (PBoC) injetou 500 bilhões de yuans de liquidez no sistema bancário nesta terça-feira por meio de operações de recompra reversa após já ter oferecido uma grande quantidade de fundos na véspera.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai seis pontos-base a 4,87%, o DI para janeiro de 2023 tem queda de também de seis pontos-base a 5,40% e o DI para janeiro de 2025 registra perdas de oito pontos-base a 6,07%. Os juros caem por conta da produção industrial, que veio abaixo do esperado, gerando expectativas de que o Banco Central seja pressionado a baixar a Selic.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou nesta manhã dados da produção industrial, com o setor terminando o ano passado com queda de 1,1%. Foi o pior ano desde 2016, quando o indicador desabou 6,4%.

Em dezembro, a queda foi de 1,2% na base de comparação anual, enquanto a estimativa era de queda de 0,8%, segundo consenso Bloomberg. O dado foi divulgado um dia antes da decisão de política monetária do Banco Central e ampara as apostas em novo corte da Selic neste primeiro dia do Copom.

Vale destacar que, na agenda econômica, o governo entregou ao Congresso um pacote com oito medidas. Entre elas, as reformas tributária e administrativa.

Os governadores de 23 Estados e do Distrito Federal rejeitaram a proposta do presidente Jair Bolsonaro de cobrar o ICMS dos combustíveis por litro, e não mais sobre a média dos preços cobrados nos postos. Em carta, os 23 governadores ressaltaram que o ICMS é a principal fonte de arrecadação dos Estados e que o debate precisa ser feitos nos “fóruns institucionais apropriados”.

Mercado de capitais 

O investidor brasileiro superou o estrangeiro na B3 pela primeira vez desde 2014, informa reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Com os juros baixos, muitos investidores migraram da renda fixa para as ações. Em 2019, os investidores brasileiros somaram 52% dos investidores na B3, enquanto os estrangeiros 48%.

Apesar dos investidores estrangeiros terem retirado R$ 40 bilhões da Bolsa de Valores de São Paulo no ano passado, o movimento cresceu e a expectativa é que aumente neste ano. A saída dos estrangeiros da bolsa paulista contrariou a expectativa que a aprovação da Reforma da Previdência atrairia mais capital externo para o Brasil.

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