Em meio a um contexto de aumento das tensões externas, com consequente elevação da aversão global a risco, a moeda brasileira ficou sob pressão e deve encerrar o ano em um patamar mais alto que o previsto anteriormente. Essa é a indicação de levantamento feito pela XP com gestores de fundos macro, já que a mediana das projeções para o dólar em dezembro deste ano subiu de R$ 3,75, em julho, para R$ 4,00, neste mês.
Mesmo com a maior pressão cambial, a perspectiva dos gestores para a inflação em 2019 diminuiu, de 3,70% para 3,40%. Por fim, a projeção para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) não sofreu mudanças, indicando um crescimento de 0,80% da atividade.
Se depender dos gestores, a taxa Selic certamente será reduzida em 0,50 ponto percentual, de 6,00% para 5,50% ao ano, na reunião desta quarta-feira do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Esta é a visão de todas as 31 casas consultadas pela equipe de fundos da XP e está em linha com as expectativas de investidores institucionais.
A mediana das estimativas para a taxa Selic ao fim do ano se manteve estável, em 5,00% ao ano, com as expectativas entre 4,50% e 5,25% a.a. O Copom tem mais duas reuniões pela frente em 2019, com o próximo encontro marcado para os dias 29 e 30 de outubro.
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Alocação dos gestores
Assim como nos últimos levantamentos realizados, as posições mais comuns entre os fundos dos gestores consultados são as apostas a favor da queda de juros, seja por meio de títulos prefixados ou atrelados à inflação. “Além disso, vimos mais da metade dos gestores com posições compradas em ações brasileiras, via índice Ibovespa ou papéis individuais”, destaca a XP.
A pesquisa consultou 32 gestoras, embora uma das casas não tenha revelado sua estimativa para a Selic hoje. Participaram Absolute, Adam, ARX, AZ Quest, Bahia Asset, Blue Line, BTG Pactual, Canvas, Claritas, Gap Asset, Garde, Ibiúna, JGP, Kairós, Kapitalo, Kinea, Legacy, Mauá Capital, MZK, Novus, Occam, Opportunity, Pacífico, Paineiras, Perservera, Porto Seguro, SulAmérica, Truxt, Vinci Partners, Vinland, Vintage e XP Asset.
Fonte: Infomoney