Em meio às dificuldades enfrentadas pelo governo Jair Bolsonaro em definir uma fonte de financiamento para o Renda Cidadã, a maioria dos brasileiros apoiaria uma nova prorrogação do auxílio emergencial, caso o novo programa social não entre em vigor em 2021. É o que mostra nova rodada da pesquisa XP/Ipespe.
Segundo o levantamento, realizado entre os dias 8 e 11 de outubro, se o novo programa não for aprovado para começar a valer no ano que vem, 68% dizem ser a favor do que seria a terceira renovação do auxílio, criado para socorrer desempregados, trabalhadores informais, autônomos e beneficiários de programas sociais do governo federal diante dos efeitos da pandemia do novo coronavírus.
Outros 27% dos entrevistados são contra a medida, enquanto 4% não souberam ou não quiseram responder ao questionamento. Foram realizadas 1.000 entrevistas telefônicas, conduzidas por operadores, com eleitores de todas as regiões do país. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
A pesquisa mostra que a diferença entre os que apoiam e os que são contra a prorrogação do auxílio emergencial por alguns meses no ano que vem salta de 41 para 49 pontos percentuais quando são considerados apenas eleitores que dizem receber o benefício. Ao todo, 42% dos entrevistados afirmam que alguém da sua casa já recebeu o benefício.
De acordo com a Caixa Econômica Federal, 67,7 milhões de brasileiros foram beneficiados pelo programa, que hoje consiste em repasses mensais de R$ 300 – metade do valor distribuído nos cinco primeiros meses e que está previsto para ser encerrado em dezembro.
Entre os que dizem não receber o benefício, 65% defendem que o auxílio emergencial seja prorrogado por alguns meses no ano que vem, caso o Renda Cidadã não saia do papel a tempo para uma transição. Neste grupo, 30% seriam contrários à medida.
O levantamento também mostra que, entre os eleitores que disseram receber o auxílio emergencial, apenas 22% acreditam que serão contemplados pelo novo programa social do governo federal. Outros 47% acreditam que não estarão na lista dos beneficiários, ao passo que 31% não responderam.