As taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto, programa que possibilita a compra e venda de papéis por investidores pessoas físicas por meio da internet, apresentam queda na manhã desta segunda-feira (9).
Entre os principais destaques do dia, o mercado acompanha dados fracos da China, que podem contribuir para o lançamento de um pacote de estímulos à economia local, e segue repercutindo o discurso do presidente do Federal Reserve (o banco central americano).
Na sexta-feira (6), Jerome Powell, presidente do Fed, minimizou preocupações sobre uma potencial recessão na maior economia do mundo, após afirmações que corroboram expectativas de que o Fed deverá reduzir as taxas de juros nas próximas reuniões.
No âmbito doméstico, as atenções se voltam hoje à divulgação mais recente do Relatório Focus, do Banco Central. A pesquisa semanal com instituições financeiras mostrou que o mercado rebaixou as expectativas para a inflação, de 3,59% para 3,54%, em 2019, e de 3,85% para 3,82%, em 2020. Para 2021, a projeção ficou inalterada em 3,75%.
A previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, por sua vez, permaneceu inalterada em 2019, em 0,87%, mas recuou de 2,10% para 2,07%, em 2020. Já as projeções para a taxa básica de juros se mantiveram em 5%, para 2019, em 5,25%, para 2020, e em 7%, para 2021.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai ocorrer nos dias 17 e 18 de setembro, e é esperado novo corte de 0,50 ponto percentual, levando a Selic para 5,5% ao ano.
Ainda no Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, em entrevista ao Valor Econômico, que pretende propor a privatização de todas as empresas estatais, mas reforçou que a decisão final é do Congresso.
No Tesouro Direto, o título atrelado ao IPCA com vencimento em 2024 pagava a inflação mais uma taxa anual de 2,92%, ante 2,96% na abertura de sexta-feira (6). O investidor podia adquirir o título integralmente por R$ 2.811,51 ou aplicar uma quantia mínima de R$ 56,23 (recebendo uma rentabilidade proporcional à aplicação).
Os papéis com vencimentos em 2035 e 2045, por sua vez, ofereciam prêmio anual de 3,62%, ante 3,64% ao ano anteriormente.
Nos títulos com rendimento prefixado, o com prazo em 2022 oferecia uma taxa de 5,92% ao ano, ante 5,95% a.a. na véspera. Já o retorno do Tesouro Prefixado 2025 recuava de 6,99% para 6,96% ao ano.
Indexados ao IPCA | ||||||
Tesouro IPCA+ 2024 | 15/08/2024 | IPCA + 2,92% | R$ 56,23 | R$ 2.811,51 | ||
Tesouro IPCA+ 2035 | 15/05/2035 | IPCA + 3,62% | R$ 37,16 | R$ 1.858,11 | ||
Tesouro IPCA+ 2045 | 15/05/2045 | IPCA + 3,62% | R$ 39,10 | R$ 1.303,36 | ||
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2026 | 15/08/2026 | IPCA + 3,08% | R$ 38,26 | R$ 3.826,85 | ||
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 | 15/05/2035 | IPCA + 3,49% | R$ 42,60 | R$ 4.260,17 | ||
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 | 15/08/2050 | IPCA + 3,69% | R$ 46,07 | R$ 4.607,08 | ||
Prefixados | ||||||
Tesouro Prefixado 2022 | 01/01/2022 | 5,92% | R$ 35,03 | R$ 875,81 | ||
Tesouro Prefixado 2025 | 01/01/2025 | 6,96% | R$ 35,00 | R$ 700,15 | ||
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2029 | 01/01/2029 | 7,27% | R$ 35,88 | R$ 1.196,13 | ||
Indexados à Taxa Selic | ||||||
Tesouro Selic 2025 | 01/03/2025 | Selic + 0,02% | R$ 102,98 | R$ 10.298,77 |
Fonte: Tesouro Direto
Baixo risco, liquidez e acessibilidade
O Tesouro Direto é considerado a opção de investimento com o menor risco no Brasil e com ampla acessibilidade, dado o investimento mínimo a partir de R$ 30. Outra vantagem do programa diz respeito à liquidez, com a possibilidade de recompra diária dos títulos públicos pelo Tesouro.
O investidor pode aplicar em títulos públicos diretamente pelo site do Tesouro, se cadastrando primeiro no portal e abrindo uma conta em uma corretora, como a Rico Investimentos, por exemplo, para intermediar as transações. Atualmente, a maior parte das instituições financeiras habilitadas a operar no programa não cobra taxa de administração.
O único custo obrigatório que recai sobre o investimento em títulos públicos pelo Tesouro Direto corresponde à taxa de custódia, de 0,25% ao ano sobre o valor dos títulos, cobrada semestralmente no início dos meses de janeiro e de julho.
Fonte: Infomoney