Turbulências à parte, Apple, Microsoft, Facebook e Google seguem ganhando

Após um ano de manchetes difíceis, as gigantes de tecnologia mostraram esta semana que continuam ganhando montanhas de dinheiro e investindo em expansão. A demanda por seus produtos e serviços não dá sinais de desaceleração.

Amazon.com, Apple, Microsoft, Facebook e Alphabet (dona do Google) apresentaram crescimento da receita acima das estimativas dos analistas no terceiro trimestre.

Uma das companhias de tecnologia mais criticadas este ano, o Facebook acrescentou 36 milhões de novos usuários ativos diários em todo o mundo e registrou o maior salto nas vendas em mais de um ano.

A Apple, que enfrentou recuo das ações em agosto com temores de decepção com os últimos iPhones, acabou vendendo mais do que o esperado pelos analistas e revelou aumento do interesse do público por seus serviços e dispositivos portáteis, como “wearables”.

Alphabet, Amazon e Apple tiveram pequena queda nos lucros, mas estão despejando dinheiro em pesquisas e grandes projetos: computação em nuvem no Google, que tenta estreitar sua desvantagem em relação a Amazon e Microsoft, e entrega mais rápida de encomendas no caso da varejista sediada em Seattle.

Os resultados se contrastam com diversos desafios enfrentados pelo setor. Há mais de uma dezena de investigações das Big Tech em curso na esfera federal, estadual e parlamentar — desde as que pedem desmembramento das organizações às que consideram regulamentações mais rigorosas que poderiam forçar grandes mudanças na atuação dessas empresas.

A guerra comercial entre China e EUA ameaça elevar os custos de seus produtos e atrapalhar seriamente os negócios de fornecedoras da chinesa Huawei Technologies, como a Intel. O próprio presidente americano, Donald Trump, expressa seu desgosto com o setor em postagens furiosas no Twitter.

Os investidores não demonstram tanta preocupação. As ações da Apple e da Microsoft estão nas máximas históricas e os papéis do Facebook registraram o dobro da valorização do S&P 500 este ano.

Isso tudo apesar de alguns percalços. O maior impacto foi em junho, com a notícia de que a Comissão Federal de Comércio e o Departamento de Justiça dos EUA se preparavam para abrir investigações antitruste contra Google e Facebook, o que reduziu seus valores de mercado em US$ 52 bilhões e US$ 41 bilhões, respectivamente.

De fato, a ameaça de medidas antitruste tende a aumentar, dado que a senadora Elizabeth Warren — pré-candidata à presidência que lidera o esforço para desmembrar empresas de tecnologia — ganha mais e mais apoio entre eleitores do Partido Democrata.

Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, foi duramente questionado por parlamentares no mês passado, que expuseram uma longa lista de queixas que vão desde a política da empresa de não verificar a veracidade de anúncios políticos à continuidade da interferência nas eleições de 2020 e críticas ao quadro interno de diversidade dos funcionários.

Em teleconferência com analistas para discutir os resultados trimestrais, Zuckerberg admitiu: “Espero que este seja um ano muito difícil.” Os ataques ao papel da companhia no processo político tendem a se acelerar junto com a campanha presidencial.

Intel e Apple minimizaram preocupações relativas à guerra comercial, mas tarifas adicionais sobre produtos chineses vão entrar em vigor em dezembro.

Isso ampliará a gama de produtos potencialmente mais caros. Na quinta-feira, a Apple apresentou recurso para excluir tarifas de 15% sobre 11 produtos ou componentes, incluindo iPhone e Apple Watch, que entraram em vigor em 1º de setembro.

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