O YouTube continua a punir canais que abordam assuntos ligados às criptomoedas. O mais recente afetado o Canal Dinheiro, mantido pelo youtuber Marcos Eduardo Rui Costa, que foi apagado pela plataforma na manhã desta segunda-feira (27).
O canal recebeu três strikes (punições) em menos de três meses — todos de vídeos já publicados há pelo menos um ano. De acordo com a política da plataforma, quem atinge esse limite é automaticamente suspenso.
Marcos Eduardo identificou um padrão nas punições impostas pelo YouTube. Elas se aplicavam a vídeos e lives que tinham alguma alusão — no título ou na descrição — a como ganhar dinheiro com bitcoin.
O youtuber contou que, para evitar a suspensão do canal, chegou a excluir todos os vídeos que encontrou que fizessem alusão a essas expressões ou termos. Ele também recorreu contra os strikes, mas não obteve sucesso em nenhuma das tentativas.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Google — a quem pertence o YouTube — e aguarda um posicionamento.
Das punições à suspensão
Com 69,5 mil assinantes antes da suspensão, o Canal Dinheiro é mantido por Marcos Eduardo desde 2017. Alguns vídeos chegaram a bater a marca de 500 mil visualizações, mas já a partir do primeiro strike o canal registrou redução no alcance.
“Antes do primeiro strike tinha uma média de 15 mil views por dia. Isso incluindo vídeos antigos, que geram views atuais. Depois do primeiro strike foi só ladeira abaixo, como se algo tivesse mudado na recomendação da plataforma. Recentemente eu estava fazendo uma média de 4 mil views por dia”, disse o youtuber ao Portal do Bitcoin.
Diante da suspensão do canal original, Costa resolveu dar continuidade ao Canal Dinheiro por meio de uma outra conta que mantinha, na qual abordava temas gerais e que consta com 13 mil inscritos.
Apesar do recomeço, Costa diz ter ciência de que corre o risco de sofrer novas punições da plataforma. No entanto, descartou mudar de tema.
“Infelizmente não tenho como fazer algo muito diferente, vou falar sobre criptomoedas novamente e sei que existe a possibilidade de algo similar acontecer”.
Blitz contra youtubers
Próximo do Natal de 2019, diversos canais de YouTube no mundo todo relataram problemas com a plataforma, com strikes sucessivos e exclusão de vídeos. O próprio Canal Dinheiro também foi afetado.
À época, de acordo com a CCN, a ação da plataforma estaria relacionada com os esforços do Google no que se refere à entrada no setor financeiro. A “operação” seria, então, uma espécie de ataque preventivo.
Essa espécie de “blitz digital” foi criticada até mesmo pelo russo-canadense Vitalik Buterin, fundador do Ethereum. Vídeos com explicações sobre o projeto da criptomoeda também foram afetados pela ação do YouTube.
“Parece que precisamos de alternativas ao YouTube”, disparou Buterin.