O Banco Inter vai entrar na guerra das maquininhas e quer habilitar seu novo produto direto no celular de micro e pequenos empreendedores, informou o portal Exame, após anúncio durante conversa com analistas nesta terça (13).
A meta é começar a oferecer o serviço a partir do final deste ano e começo de 2020, segundo João Vítor Menin, presidente da instituição financeira. Falta avaliar se compensa mais pedir uma licença do Banco Central para atuar no credenciamento de cartões ou estabelecer parceria com outra instituição já autorizada.
O cliente poderá baixar o aplicativo direto no celular. Depois, basta colocar informações como valor da compra e opção por crédito ou débito e posicionar o cartão em frente à câmera.
A meta é oferecer um sistema de RFC, de radiofrequência, com o novo aplicativo, embora por enquanto apenas 30% da base de clientes já tenha cartões habilitados para a ferramenta, afirma Alexandre Riccio de Oliveira, vice-presidente e diretor de relações institucionais do banco, em entrevista ao portal Infomoney. Quem possui o sistema Samsung Pay também pode fazer pagamentos por RFC.
Para Oliveira, a evolução do próprio sistema bancário fará com que as maquininhas se tornem obsoletas em alguns anos. O equipamento seria mais caro e menos seguro que o RFC. “A gente vai eliminar boa parte do arcabouço de custo”, afirmou ao Infomoney. Ainda não foram anunciados os valores por transação com o aplicativo.
Segundo Menin, a meta do Banco Inter é aumentar a base de clientes pessoa jurídica. “Focamos muito na pessoa física para ganhar fatia de mercado. Há cerca de seis meses, passamos a nos dedicar também a pequenos comerciantes”, afirmou Menin, de acordo com o portal Exame.
No último trimestre, o banco viu sua base chegar à marca de 2,5 milhões de clientes. São cerca de 10 mil novos correntistas por dia útil, em média.
O banco acaba de receber um aporte de cerca de R$ 760 milhões do japonês SoftBank, que comprou 8% da operação e terá assento no conselho. O SoftBank adquiriu parte do banco durante uma follow-on, ou oferta subsequente de ações, que bateu R$ 1,3 bilhão.
Segundo Menin, o Banco Inter apresentou o maior lucro trimestral de sua história, de R$ 33 milhões. O próximo passo é fazer uma nova rodada de conversão, de duas ações ordinárias e uma preferencial em unit. O banco agora tem cerca de 90 mil investidores.
“Vamos ter mais uma janela de conversão de units do mesmo modelo da primeira para concentrar liquidez no BIDI11 [em vez das ações BIDI4, também negociadas na oferta pública do banco]. Com isso, podemos passar a compor o principal índice Bovespa”, afirmou Helena Caldeira, superintendente de relações com investidores.