Nouriel Roubini, um reconhecido economista e professor da Stern School, acredita que uma queda financeira pior do que a recessão de 2008 atingirá os mercados dos Estados Unidos em 2020.
No Project Syndicate, Roubini descreveu 10 fatores principais que irão alimentar a próxima crise financeira, com um dos principais fatores sendo a taxa de inflação crescente ditada pelo Federal Reserve (FED).
Roubini escreveu:
“Segundo, porque o estímulo foi mal cronometrado, a economia dos EUA está agora superaquecendo e a inflação está subindo acima da meta. O Federal Reserve dos EUA continuará assim a elevar a taxa dos fundos federais de seus atuais 2% para pelo menos 3,5% até 2020 e isso provavelmente elevará as taxas de juros de curto e longo prazos, bem como o dólar dos EUA”.
Probabilidade da Próxima Crise Financeira.
Moedas de reserva ou moeda fiduciária são controladas por uma entidade que é o banco central. Enquanto o valor da moeda fiduciária tende a ser estável porque representa o estado econômico de uma nação, um rápido aumento na taxa de inflação e o superaquecimento da economia podem levar à desvalorização da moeda.
O dólar dos EUA continua forte em valor, assim como outras moedas de reserva importantes, como o yuan chinês, o iene japonês e a libra esterlina. Mas, se ocorrer uma crise financeira nos próximos dois anos, como previsto por Roubini e mais recentemente, Kim Dotcom, então todos os ativos e commodities tradicionais, incluindo ações, títulos e moedas, sofrerão um declínio acentuado no valor. Em 2018, o mercado de criptomoedas sofreu sua quarta pior correção na história, depois de registrar um declínio de 80% na avaliação. Ainda assim, várias moedas criptografadas superaram um punhado de moedas nacionais, incluindo o peso argentino, o bolívar venezuelano e a lira turca.
Mais importante, como destacou Roubini, as crescentes obrigações financeiras dos Estados Unidos, evidentemente retratadas pelo aumento vertiginoso das dívidas de hipotecas, empréstimos estudantis e cartão de crédito, devem intensificar a próxima recessão, que poderia ser pior que a crise em 2008.
Roubini explicou ainda:
“Finalmente, uma vez que a tempestade perfeita descrita acima, as ferramentas políticas para lidar com isso serão extremamente insuficientes. O espaço para estímulo fiscal já está limitado pela enorme dívida pública. A possibilidade de políticas monetárias não convencionais será limitada por balanços inchados e pela falta de espaço para reduzir as taxas de juros”.
Mérito do Bitcoin.
Por muitos anos, Roubini tem sido um ávido crítico do Bitcoin, afirmando que as criptomoedas não oferecem nenhum valor para a economia e que elas não conseguiram evoluir para as principais moedas.
No entanto, como pode ser visto no aumento da adoção de criptomoedas por instituições financeiras reguladas como Goldman Sachs, Morgan Stanley e Citigroup, é óbvio que bancos, investidores institucionais e firmas de investimento não estão do lado de críticas que oferecem argumentos sem mérito para condenar a legitimidade das criptomoedas como uma classe de ativos emergentes.
Anthony Pompliano (também conhecido como “Pomp”), fundador e sócio da Morgan Creek Digital, afirmou que as instituições se sentirão pressionadas a investir no mercado de criptomoedas nos próximos anos, como uma alternativa aos ativos tradicionais que estão profundamente correlacionados ao mercado financeiro mais amplo.
Já impulsionado pelos esforços da Coinbase, BitGo, Goldman Sachs e muitas outras empresas do setor financeiro para desenvolver soluções de custódia confiável em torno de criptomoedas, as instituições começaram a ter interesse em se comprometer com a classe de ativos.
O surgimento da próxima crise financeira só acelerará a taxa na qual os fundos do mercado financeiro tradicional fluem para o setor de criptografia.
Por: Caio Nunes
Fonte: étopsaber
